Vendo os títulos dos jornais e o que passa nas televisões nota-se que as coisas não estão a correr nada bem para o lado PSD de Passos Coelho nos últimos tempos.
A não aplicação de sanções a Portugal pela União Europeia devido ao défice excessivo, originado, curiosamente, pelo próprio governo daquele partido, não agradou nada à direita. Depois a capitalização da Caixa Geral de Depósitos, várias vezes adiada para esconder o problema, também gerou algumas atitudes ressabiadas.
O desconforto do líder do PSD é por demais evidente sempre que se avança, mas como alguém dizia, é a vida.
Nesta sua última incursão pelos Açores, Pedro Passos Coelho deu novo tiro no pé, desta vez pressionado pelos seus companheiros locais, no sentido de dar a entender que a iniciativa de liberalizar duas rotas aéreas tinha sido do seu governo, para que aquele partido possa, eventualmente, retirar alguns dividendos do bom momento por que passa o turismo nos Açores.
Mas não foi isso que se passou e os Açorianos bem sabem. Foi o Governo dos Açores que tomou a iniciativa de apresentar uma proposta de alteração do modelo de acessibilidades à Região por via aérea que esteve fechada numa gaveta do governo de Passos Coelho durante três longos anos, só vendo a luz verde aquando da mudança de ministro.
Nesta altura de pré-campanha e assustado pelos estudos de opinião que se diz existirem por aí, o PSD optou por esta tática de descarado aproveitamento do trabalho dos outros.
A sorte de todos nós é que a mentira tem perna curta.