DESAFIOS GLOBAIS EXIGEM COOPERAÇÃO GLOBAL - A Terceira foi anfitriã do Encontro de Alto Nível que reuniu Governo, Ciência e Indústria para o lançamento do Centro de investigação Internacional dos Açores. Um encontro de 2 dias, que representa um longo trabalho desenvolvido nos últimos 9 meses pelo Governo da República em parceria com o Governo dos Açores. As manifestações de interesse em colaborar com Portugal na criação deste Centro, foram-se multiplicando, culminando em 29 delegações internacionais e mais de 260 participantes. Este interesse de vários países nesta nova iniciativa de cooperação científica e tecnológica para o Atlântico é o resultado de um grande esforço diplomático do Ministro Manuel Heitorque não posso deixar de evidenciar e que poderá sem dúvida mudar o paradigma da ciência em Portugal e o papel dos Açores no desenvolvimento de uma nova agenda para a ciência e tecnologia com uma abordagem integrada para o Atlântico focada no espaço e no oceano, as suas implicações nas alterações climáticas e o desenvolvimento de sistemas de energia sustentável.O entusiasmo entre os participantes, os compromissos das delegações, a vontade defazer parte de algo que possa efetivamente contribuir para enfrentar os desafios globais que vivemose a importância de uma partilha global de todos os dados que podemos recolher, esteve bem presente em todas as discussões.
Mas, talvez o mais interessante deste encontro foi o sentimento de que estas delegações não vinham participar numa Conferência para manifestar apenas interesse na criação de um Centro Internacional de Investigação. Estas delegações vinham afirmar o seu compromisso com a criação do AIR Center e com os seus objetivos.O compromisso com a criação de uma entidade intergovernamental, um mecanismo que fomente uma governação eficiente da colaboração internacional, fazendo melhor uso das infraestruturas existentes (humanas e físicas) em todas as nações.
MAS PORQUÊ OS AÇORES?A esta pergunta o Professor José Fonseca de Moura da Universidade Carnegie Mellon foi muito claro "Location, Location, Location." A nossa posição geoestratégica volta a estar em destaque. Mas relembra para que o AIR Center tenha sucesso tem de ser único! Já estamos no local certo, os recursos também estão ao dispor. Claro também ficou que o AIR Center está aberto ao mundo ao estabelecer diferentes formas de colaboração científica e tecnológica com entidades públicas e privadas de países não-atlânticos de todo o globo, disponibilizando um ambiente de partilha verdadeiramente internacional. E uma última novidade, o lançamento do prémio "Atlantic International Research Award" pela Fullbright Comission e a Fundação para a Ciência e Tecnologia, promovido a nível mundial até final deste ano em estreita cooperação com o estabelecimento do AIR Center.
O QUE FAZER PARA DAR SEGUIMENTO AO AIR CENTER? Será implementadoum grupo de trabalho de alto nível composto por representantes de Governos, indústria organizações de investigação e académicas interessadas em avançar com a criação do AIR Center. Este grupo reunirá em Lisboa em julho deste ano para preparar o plano conjunto de implementação e financeiro com o objetivo de estabelecer o AIR Center até final de 2017. Até final deste ano todos os interessados devem ratificar o instrumento legal do AIR Center de forma a que o mesmo seja implementado no início de 2018.
PORTUGAL NO RUMO CERTO-Por um fim, uma breve referência aos resultados da economia portuguesa. Portugal alcançou um défice de 2%, o mais baixo da história democrática e que suporta a sustentabilidade das contas públicas e da dívida. A economia cresceu 1,4%, as exportações registam novos máximos e a taxa de desemprego ficou no limiar dos 10%. A economia nacional tem alicerces mais sólidos e o Programa de Estabilidade assenta em previsões prudentes. O défice em 2018 deverá situar-se em 1,5%, a economia deverá crescer 1,8% e a taxa de desemprego deverá ficar abaixo dos 10%. Os resultados alcançados e as metas definidas para o futuro provam que é possível recuperar no plano social, apoiar as pessoas, capitalizar as empresas, cuidar do sector bancário, apostar em projetos inovadores como o AIR Center e ao mesmo tempo preservar o bom equilíbrio das contas públicas. Portugal está no rumo certo e não deixa os Açores para trás!