Opinião

As Europeias, a Europa e a importância dos Açores para o PSD

As Europeias, a Europa e a importância dos Açores para o PSD. Terão lugar no Próximo dia 26 de Maio, as eleições para o Parlamento Europeu. Os 27 Estados membros da União Europeia, serão representados por 705 Eurodeputados. Portugal, à semelhança de 2014, mantém os mesmos 21 representantes. De acordo com o resultado do Ato eleitoral de 2014, o PS garantiu a presença de 8 representantes, o PSD 7, PCP-PEV 3, o MPT 2, e o BE 1. Desses 21 representantes 2 eram dos Açores, um do PS, eleito em 5º lugar, e outro do PSD, eleito em 7º lugar. Nas atuais listas, o PS mantém um candidato dos Açores em 5º lugar, enquanto que o PSD, surpreendentemente, ou talvez não, relega o candidato dos Açores, para o 8º lugar, ou seja, a manter-se o resultado eleitoral de há 5 anos atrás, o candidato dos Açores do PSD, seria na verdade o primeiro, mas o primeiro dos que não conseguiriam ser eleitos….. E o candidato do PSD Açores, não era um candidato qualquer, era o Pai e fundador do PSD Açores, o primeiro Presidente do Governo Regional dos Açores, Presidente Honorário do PSD e da JSD dos Açores, Vice-Presidente da Comissão Política Nacional do PSD e Presidente do Conselho de Jurisdição Nacional. Foi Vice-Presidente da Assembleia da República em duas Legislaturas, e Presidente da Assembleia da República na IX Legislatura. Foi membro do Conselho Nacional e do Conselho Regional dos Açores do PSD, presidiu ao Conselho de Administração do Instituto Francisco Sá Carneiro, entre muitos outros cargos e funções desempenhadas. De acordo com o Jornal público, Mota Amaral é tão somente o político português vivo com uma mais longa carreira no desempenho de funções públicas electivas, num total de 46 anos, que na verdade, de nada lhe serviram nesta candidatura a Eurodeputado. É verdade que o PSD teve nas últimas eleições Europeias o seu pior resultado de sempre, comparando todas as 7 eleições para o Parlamento Europeu, com apenas 13266 votos, contra os 18487 votos do PS, sendo São Jorge a única ilha onde o PSD, em coligação com o CDS-PP, obteve a maioria dos votos na ilha. Na verdade, Mota Amaral, e os Açores, para o líder Nacional do PSD e para o PSD Nacional, valem menos que a candidata a Eurodeputada, representante do distrito de Beja, onde o PSD obteve uns escassos 5363 votos. Mas não bastava já a não aceitação da proposta de integração do representante do PSD Açores, Mota Amaral, em lugar elegível, e foram os Açorianos surpreendidos com afirmações do líder Nacional do PSD, demonstrando uma total insensibilidade para a gestão da questão, um total desconhecimento da importância da Região Autónoma dos Açores no âmbito das ultraperiferias discutidas no Projeto Europeu. Rui Rio defendeu que a lista apresentada garante "a representatividade do país", já que José Manuel Fernandes representa a região norte, Álvaro Amaro a região centro e Graça Carvalho, natural de Beja, a região sul. Que representatividade tem o país onde a Região Autónoma que mais contribui para que a Zona Económica Exclusiva de Portugal, com cerca de 15 vezes o tamanho do país, seja a 3ª maior da União Europeia, não está representada? Mas não se ficou por aqui, numa entrevista concedida à Antena 1, Rui Rio teve o desplante de afirmar que os Açores não valem mais do que 12 mil votos, acrescentando de seguida: “Não é uma fortuna”……..e reforça que “Não percebe a animosidade dos Açores, mas também refere que isso vai passar.” Mas a cereja no topo do bolo foi a afirmação, em tom intimidante “Penso que os Açores até vão ter um problema, porque, se calhar, o oitavo até vai mesmo entrar”. Ora numa altura em que as projeções dão a possibilidade do PS alcançar os 10 Eurodeputados, parece ser difícil que tal aconteça Se dúvidas houvesse da importância, força e poder de influência da liderança e do “novo” PSD Açores, na escolha dos nomes e personalidades, a integrar a lista de deputados ao Parlamento Europeu, creio que tudo ficou claro….