Opinião

Missão geral: reerguer, recuperar e reconstruir!

Os Açores foram, pela enésima vez, assolados por um infortúnio da natureza. Desta vez veio sob a forma de furacão. O furacão “Lorenzo”, o qual, segundo o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores – cujo desempenho foi mais uma vez excecional! – provocou mais de 170 ocorrências durante a madrugada e manhã do passado dia 2 de outubro e, em consequência, obrigou ao realojamento de mais de 50 pessoas. Especificamente, registaram-se 66 ocorrências no Faial, 23 nas Flores, 28 no Pico, 21 em São Jorge, oito na Graciosa, 20 na Terceira, duas em São Miguel e três no Corvo. Felizmente, desta vez, não há vítimas a registar, mas os prejuízos causados pela força brutal do vento e assustadora do mar são seguramente muito elevados. À cabeça estarão as imprescindíveis obras na Ilha das Flores que foi severamente fustigada durante a madrugada. O amanhecer revelou-se doloroso. A Ilha viu, pura e simplesmente, ser-lhe amputada a porta marítima. A recuperação total do porto comercial da Ilha das Flores exigirá muitos milhões de euros. A recuperação plena dos portos e áreas adjacentes (onde se inclui marinas, núcleos de recreio, infraestruturas de apoio, etc..) nas demais ilhas dos grupos Central e Ocidental justificam mais alguns milhões. A recuperação de inúmeras habitações danificadas também exigirá um considerável esforço financeiro. Tal como das vias públicas e muros de proteção junto das orlas costeiras. Agora é a hora do levantamento exaustivo dos estragos. “Amanhã” será a hora de pôr mãos à(s) obra(s). Tal como tantas e tantas vezes no passado. A História dos Açores tem sido assim. Com uma regularidade não desejada lá surge uma inusitada “borrasca”. Anteriormente havia sido sob a forma de tempestade. Em 1998 veio sob a forma de sismo. E, infelizmente, são muitas mais as tormentas... De todas as vezes ficaram marcas, umas de impossível esquecimento face à dor causada pela irreparável perda de vidas, outras ultrapassáveis através de apoios à reconstrução dos danos materiais causados. Mas há algo comum a todas as adversidades que atingiram os Açores: a resiliência do Povo Açoriano! Seguramente que assim voltará a ser. Com esforço, com lágrimas e muito suor, estamos certos que vamos todos ultrapassar mais este desafio da natureza. Os próximos tempos não serão para politiquices ou guerras estéreis. O tempo é de união e solidariedade. A dificuldade da missão que se avizinha, tendo em conta que muito há para reerguer, recuperar e reconstruir, convoca-nos todos a puxar para o mesmo lado. Todos deverão estar prontos a tudo fazer, dentro das suas competências e áreas de intervenção, para no menor tempo possível repor tudo como era dantes. Eis-nos perante mais um teste à fibra do Povo Açoriano. Vamos a isso!