Opinião

O INE e a cassete dos TSD

Os Trabalhadores Social Democratas (TSD), na pessoa do seu regenerado (?) Presidente Joaquim Machado, vieram, na sequência da divulgação, no passado dia 5 de fevereiro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) dos dados do emprego/desemprego referentes ao quarto trimestre de 2019, dar a habitual prova de vida. E para não variar, lá tivemos que levar com a visão negativista dos TSD. Para esta estrutura, tanto faz o que conste dos dados do INE. Independentemente dos números, a cassete é sempre a mesma: puxar os Açores para baixo e culpabilizar o Governo Regional! Estaremos a exagerar? Olhe que não! Olhe que não! Ora vejam: Em maio de 2013, quando o desemprego nos Açores superava os 17%, os TSD falavam em “tragédia social que se regista na Região”; criticavam a “Agenda Açoriana para a Criação de Emprego anunciada pelo Governo” e reclamavam “mais resultados e menos propaganda”. Em março de 2016, confrontados com o desemprego nos Açores já em notória tendência decrescente (já inferior 13%), os TSD referiam que “os números não são motivos de satisfação para ninguém”; “o desemprego continua a ser um flagelo nos Açores”; “as medidas do Governo Regional não estão a gerar os empregos de que os Açores necessitam” e que “é (era) tempo de novas políticas e novos protagonistas”. Em fevereiro de 2018, com os dados do INE referentes ao último trimestre de 2017 a registarem uma taxa de 9% de desemprego nos Açores, os TSD referiam que “a descida da taxa de desemprego não deve dar lugar a euforias”; “o número de açorianos desempregados continua a ser um problema social grave”; “mais de 6 mil pessoas estão integradas em programas ocupacionais” e exigiam ao Governo “para atuar com medidas mais assertivas”. Por fim, em fevereiro de 2020, perante os mais recentes dados do INE e que dizem respeito ao último trimestre de 2019 (taxa de desemprego de 7,6%), os TSD, sempre pela voz do seu ortodoxamente “coerente” Presidente, referiam que “o desemprego continua a ser um problema grave nos Açores”; “o Governo Regional não encontra respostas atempadas e adequadas” e que “a taxa de desemprego atesta a incapacidade do governo socialista.” Não se exige aos TSD e muito menos se esperava, como estrutura do PSD, que viessem enaltecer as políticas de emprego do Governo Regional que possibilitaram, em conjunto com o mundo empresarial, reduzir 10% na taxa de desemprego no período de 6 anos (2013-2019). Não se esperava, de igual modo, que os TSD viessem salientar que o emprego nos Açores cresce de forma consecutiva desde 2013, ano em se registaram 99.183 empregados, atingindo os 113.665 empregos em 2019, ou que salientassem a diminuição real e acentuada dos “ocupacionais”. Tal como também não se esperava que os TSD ficassem em silêncio, uma vez que parece que há reivindicações de lugares nas próximas listas. Mas com esta cassete, cuja estafada música do seu Presidente não bate certo com a letra do INE, a missão não se afigura nada fácil. Ou haverá uma quota especial para aquele soldado que era o único a marchar de forma diferente?