Opinião

Repugnante

O decreto “marcelista” é, alegadamente, “repugnante” na continuidade territorial. Noutro grau, a Assembleia e Governo da República foram centralistas. Costa esteve bem quando apelidou de repugnante a declaração do ministro das finanças, do País “Baixo”, Wopke Hoekstra. Não lhe vale o currículo porque não passa de um gestor de um dos paraísos fiscais que “rouba” esta Europa contraditória. Foi o exemplo da desunião europeia e da desconfiança no futuro do Velho Continente. Esqueceu-se que o Plano Marshall beneficiou mais os “países amnésicos” do pós-2ª Guerra. A Alemanha também devia recordar-se. Em 2008, Piketty, lembrou que na recessão germânica, entre 1929 e1935,a queda do PIB atingiu cerca de 25%. Mais, este país nunca pagou qualquer dívida em toda a sua história, nem após as duas Guerras Mundiais. Em 1945, a dívida alemã ultrapassava 200% do PIB alemão. No Acordo da Dívida (Londres-1953), 60% da dívida externa da Alemanha foi anulada e as dívidas internas foram reestruturadas. Sem memória a Europa não faz sentido por ser repugnante.