A Assembleia Municipal de Ponta Delgada reuniu na passada segunda-feira, precisamente há uma semana.
A reunião decorreu numa circunstância especial. Era a primeira vez que a nova Presidente de Câmara participava, nessa qualidade, numa Assembleia Municipal.
A Assembleia Municipal é um órgão deliberativo que, de acordo com a Lei que regula as atribuições e competências dos órgãos autárquicos, fiscaliza a atividade do executivo camarário. Ou seja, o normal numa reunião da Assembleia Municipal é a Presidente de Câmara responder a diversos esclarecimentos que lhe são solicitados pelos membros da Assembleia. Excecionalmente pode participar algum dos vereadores que naturalmente procura responder às solicitações mais detalhadas, em razão das competências que estes detêm no executivo camarário.
O problema é que a última reunião da Assembleia Municipal de Ponta Delgada foi tudo menos normal. Assistimos a algo inédito e difícil de imaginar. Testemunhamos uma situação confrangedora em que a Presidente Maria José Duarte manifestou grande insegurança e uma clara incapacidade de responder ao que lhe era solicitado. Mesmo em áreas de competência direta da Presidente a sua incapacidade em esclarecer foi notória.
Será possível uma pessoa desempenhar bem as suas funções executivas e explicar (muito) mal o que faz? Estaremos perante o nervosismo natural de início de funções de grande responsabilidade ou confrontamo-nos com um problema sério de liderança política? Estamos perante um problema de comunicação ou uma questão de substância? Ou serão ambos?
Os próximos meses serão decisivos para o esclarecimento cabal das nossas dúvidas. Guterres dizia que “não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão”. A Presidente de Ponta Delgada perdeu claramente essa primeira oportunidade. Na última Assembleia Municipal Maria José Duarte foi “Zézinha” de mais e presidente de menos.