Opinião

Maioria positiva

A partir de hoje, suspendo a minha coluna de opinião neste prestigiado jornal, pela circunstância de ser candidato às próximas eleições legislativas regionais. A mês e meio de eleições, é possível registar três fatores que vão determinar o seu desfecho. A pandemia salientou a liderança de Vasco Cordeiro, melhorou a imagem do Governo e reforçou o PS. Segundo, José Bolieiro e o PSD falharam na sua missão de gerar uma alternativa ao PS. E por último, o falhanço do PSD pode favorecer a dispersão de votos, provavelmente por novas forças políticas. Muito se passou nos últimos quatro anos da nossa vida coletiva. Porém, são inegáveis as profundas alterações que surgiram desde março. Este período provou a grande vantagem da nossa Autonomia e de termos um Governo Regional. O Governo enfrentou a pandemia de forma competente, determinada e corajosa. Tal só foi possível porque existiu estabilidade política nos Açores, nomeadamente, a estabilidade conferida pela maioria parlamentar do PS. Alguns desvalorizam esse facto referindo que, nessa altura, os partidos da oposição apoiaram o Governo. O tempo provou que esse apoio foi momentâneo. A circunstância exigiu esse alinhamento. Os meses passaram. Hoje nos partidos da oposição emergem novos apetites e velhas ambições – recentemente o PSD pediu a demissão de Vasco Cordeiro. Nos próximos quatro anos os Açores vão ter de reconstruir a sua economia. O desafio será gigantesco. A estabilidade política será crucial. A oposição terá a tentação de retirar dividendos das dificuldades. Sem estabilidade, o Governo perde capacidades e os Açores perdem força. Sem estabilidade o risco de ingovernabilidade é real. Os próximos quatro anos recomendam uma maioria sólida no Parlamento regional. As vantagens dessa maioria superam largamente quaisquer desvantagens. Sobretudo quando se trata de uma maioria que os açorianos confiam e conhecem bem. Uma maioria positiva, reformista e de diálogo com todos