Opinião

O XIII Governo

Tomou posse o XIII Governo com 13 elementos, sendo o governo com o maior número de elementos e o mais oneroso da nossa história Autonómica.

É político e partidário

Temos um governo partidário e político. Partidário, pela presença de três forças da coligação, com a incrível particularidade de o CDS-PP com 5,51% e o PPM com 2,34% dos votos, chamarem a si uma vice-presidência e duas secretarias, mesmo não tendo estes partidos eleito um único deputado diretamente por São Miguel, a ilha com maior número de eleitores. Temos cerca de 6000 votos a definirem os destinos dos Açores.

Por outro lado, é um governo maioritariamente político. E isso considero positivo. Os partidos que suportam o governo são avaliados nas urnas pelo seu trabalho e a sua representação deve ser por quem se assuma como político, seja militante ou independente - coisa pouca neste governo - implementando um programa ideológico, a realidade deste XIII governo será a de uma mescla ideológica.

Áreas de futuro com destaque e sem destaque

Alterações climáticas e transição digital, são áreas que são positivas naquela que é a diversidade de pastas governamentais. Na herança dos Governos Socialistas em matéria de energia seria politicamente estratégico a pasta da transição energética em vez da energia. E a cultura? sai da sua “mãe” natural para se encostar a parentes muito pouco próximos - temo que ficará esquecida nas opções orçamentais, sendo que a estratégia no terreno dependerá muito do diretor(a) regional.

Não dá espaço suficiente a secretários e pensamento novos?

É um governo que não procurou elementos jovens. Repescou quem há mais de 24 anos está na oposição e a outros que nas últimas décadas estão ausentes de qualquer atividade profissional, mas muito presentes na “carreira política”. Esta opção de impedir os novos políticos e políticos novos a acederem à política governamental e parlamentar, em nada contribui para o rejuvenescimento do capital humano partidário.

Menor representação de mulheres

É o governo que, integrando mulheres, tem o menor percentual de secretárias regionais. São 3 mulheres em 13 elementos (23%). Este número é ofensivo à evolução das políticas de género. Como se vê as quotas são necessárias também para elencos governativos que devem ser paritários.

Sucesso!

Como cidadã, desejo sucesso a este governo. Quero melhor e mais qualidade de vida para os Açorianos, esperando que este governo não se refugie na crise sanitária como entrave às emergentes decisões para uma governação estratégica, estável e decisória. Para este objetivo fundamental é tão importante o governo como a oposição e estou fortemente convicta que o PS/Açores fará a diferença enquanto opositor.