E até hoje foi fácil! Não há melhor período para se governar que não seja este - o das promessas. Aquele que permite argumentar que até a área com maior queda no Plano de Investimentos da Região, a Educação, é a mais querida porque de excelência para catapultar os Açores para um futuro melhor. É uma questão de fé, diria. Há que depois não esquecer que qualquer medida desastrosa já tomada pela atual caranguejola é da total responsabilidade do PS, lá está, partido que apesar de atualmente na oposição, enquanto governo tratou de condenar totalmente os Açores à ruína completa. Com uma herança destas, nem mesmo o melhor dos gestores (privados) de topo faria mais. Isso é óbvio. E óbvio será ainda que desvanecendo-se devagarinho a colossal responsabilidade do PS em tudo aquilo que o atual governo vai tratando de destratar, virão tempos, logo após, em que a terrível pandemia será de tudo a culpada. Dir-se-á "ufa, já passou!", porém não se livrará de responder em substituição do PS nos escassos da direita governativa. Bembom. Vislumbra-se ainda um períodozinho bem bom de alibis bem convincentes. Mas agora pergunto eu: e é mesmo isso que mais importa? O ter no bolso uns alibizinhos para que as responsabilidades se sacudam como gotas de água do capote? Ninguém munido de verdadeira seriedade intelectual dirá que sim. Continuemos sim é a poupar na Educação. São então estas as novas sementes de mudança. As últimas, que me chegaram, foi o novo investimento no ensino profissional, ou melhor, ensino dual, peço desculpa, uma palavra deveras muito mais sedutora. A ideia é genial. Encerrar os cursos profissionalizantes nas escolas públicas dos concelhos (ou ilhas, talvez, veremos) onde existam já as escolas profissionais. Ok......O investimento, pelo menos para começar neste projeto, é o melhor - encerrar. Motivos: o mais básico de todos para que, uma vez mais, o comum cidadão menos envolvido na área possa de imediato dizer "muito bem!" - duplicação de uma mesma oferta. Ora aí está. E nada mais bem feito caso a afirmação propagandeada fosse realmente verdadeira. Só que não. Pena é que a afirmação é claramente falsa. A oferta não é definitivamente a mesma. Ponto. Em nada. Em ambiente de ensino, em cursos oferecidos, em alunos interessados, em objetivos dos interessados, em objetivos da tutela, etc., etc. O que se faz é fechar-se a malha, estreitar-se o caminho e, eis que da cartola, mais um forte investimento na Educação. Pelo menos para alguns, pelo menos para alguns. Passemos a uma nova era, a uma nova visão - de uma educação inclusiva daremos então lugar a uma educação exclusiva. O verdadeiro cerne da questão, a nova lógica política de direita. Não fosse o problema em que, com o avançar do tempo, estes novos caminhos, estas novas e insensíveis opções, muito vão destruindo no lugar de melhorar. Caminhos que, lentamente, nos vão afastando, de todo, um anterior investimento numa escola pública que se deseja de excelência para todos os nossos alunos e não apenas para quem nasceu abençoado.