Opinião

“Há limites de decência e bom senso”!!!

Foram estes os termos com que Rui Rio justificou a ausência do Partido Social Democrata na sessão de encerramento do congresso do Partido Chega do passado fim de semana.
Um breve acompanhamento deste evento e do que lá foi dito e feito ao longo do fim de semana faz-nos concordar com o Presidente do PSD Rui Rio.
As dinâmicas nacionais do Partido Chega e os devaneios de André Ventura têm mais influência no futuro dos Açores do que se possa pensar. O futuro da nossa Região e os Deputados eleitos do Chega na Assembleia Legislativa dos Açores serão sempre utilizados como marionetas nas mãos das vontades e chantagens de André Ventura com Rui Rio e o PSD.
E se, para justificar a solução governativa actual dos Açores, alguns dirigentes do PSD Açores afirmam que o Chega de cá é diferente do Chega de lá, convém relembrar que José Manuel Bolieiro fez questão de receber no Palácio de Santana, sede do Governo Regional, o líder partidário André Ventura.
André Ventura e o Chega tiveram votos e elegeram deputados na Assembleia da República e na Assembleia Legislativa dos Açores.
Isso não pode ser desvalorizado. Tem é de ser percebido e originar as respostas adequadas dos verdadeiros democratas, para que os eleitores tenham os mecanismos necessários para entender o perigo de projectos políticos desta estirpe, xenófobos, divisionistas, segregacionistas e sectários, que não têm nem procuram ter soluções sérias e exequíveis para aumentar a qualidade de vida das pessoas. Porque, de facto, não as têm.
Querem é dizer umas coisas que as pessoas gostam de ouvir e fazer afirmações polémicas, na estratégia de “fale-se bem ou fale-se mal, não interessa, o que interessa é que se fale”.
E nestes tempos, em que a política é dominada por tweets, posts e memes no Facebook, vídeos virais e tiradas instantâneas em que alegadamente “se dizem as verdades”, é por demais evidente a grande importância da moderação, da defesa dos valores democráticos, da tolerância e da densidade política, em que as politicas públicas que consubstanciam as melhores soluções para os problemas das pessoas, nas suas diversas dimensões, não podem ser abordadas superficialmente no “berreiro” das redes sociais, mas têm de ser abordadas com profundidade, com preparação e com verdadeiro conhecimento sobre o que está em causa.
Infelizmente, o futuro dos Açores está dependente dos humores de André Ventura e de um partido Chega que condiciona totalmente o Partido Social Democrata dos Açores e o Governo Regional.
Basta ver a forma efusiva e convicta com que os deputados do PSD na Assembleia Legislativa dos Açores aplaudem os deputados do Chega após cada intervenção destes.
Não tenhamos dúvidas, esta instabilidade permanente, os joguetes partidários de André Ventura e a falta de liderança actual do Governo Regional pode ter impactos significativos e muito negativos para o futuro económico e social dos Açores.
Aliás, todas as instabilidades e divisões actuais no Chega Açores, que todas as semanas são tornadas públicas, fazem parte da estratégia de André Ventura para condicionar e instabilizar o futuro dos Açores, em nome dos seus interesses pessoais e da sua agenda política nacional.
Por lá, Rui Rio já percebeu e teve a coragem de não se deixar usar pelo mitómano André Ventura. 
Por cá, Ventura sabe que sem Rui Rio terá sempre José Manuel Bolieiro para os seus joguetes…