I – Com autogolos
O Presidente da República vetou o Decreto da Assembleia da República n.o199/XIV, de 5 de novembro de 2021, que regula as condições em que a morte medicamente assistida não é punível e altera o Código Penal. O diploma volta assim, pela segunda vez, à Assembleia da República (AR). O Presidente, relativamente a esta segunda versão, pediu que a AR “clarificasse o que parecem ser contradições no diploma quanto a uma das causas do recurso à morte medicamente assistida”. Especificando que “o decreto mantém, numa norma, a exigência de «doença fatal» para a permissão de antecipação da morte, que vinha da primeira versão do diploma. Mas, alarga-a, numa outra norma, a «doença incurável» mesmo se não fatal, e, noutra ainda, a «doença grave».” Resumindo, o Presidente da República pede que a AR clarifique se é exigível “doença fatal”, se só “incurável”, se apenas “grave”. Independente do que cada um de nós pensa sobre este tema, uma coisa é certa: a trapalhada remetida a Belém é uma derrota com muitos autogolos!
II – Com surpresa
Paulo Rangel foi “empurrado” por altas patentes do PSD para a disputa da liderança do partido. Obteve, inclusivamente, a “bênção” de Marcelo Rebelo de Sousa. Acontece que as ditas altas patentes ou senadores, como a imprensa gosta de apelidar determinados militantes, perderam há muito o poder que tinham. A introdução de diretas nos partidos limitou, em muito, o poder de tais figuras e figurões. Dizendo de outra forma, Rangel teria sido aclamado num congresso eletivo. Os dirigentes da grande maioria das estruturas partidárias; a maioria dos presidentes de câmara e a maioria dos militantes com palco mediático estavam do lado de Rangel ou, pelo menos, contra Rui Rio. A vitória de Rio é a vitória do militante de base. Do militante anónimo. Do militante que não consegue sequer ser delegado ao congresso. Com ou sem recurso a muitas horas de telefonemas por parte da equipa de Rio, a derrota de Rangel não deixou de ser vista da minha bancada com surpresa!
III – Com vergonha alheia
Assisti incrédulo ao início do “jogo” B Sad (o Belenenses é outra coisa) – Benfica. Fui acompanhando as notícias ao longo do dia e sempre considerei que iria imperar o bom senso. Afinal de contas, a liga portuguesa é uma das melhores do mundo. Vai daí, sempre acreditei que seria impensável a entidade organizadora permitir que uma equipa da 1.a Liga entrasse em campo com menos de 11 jogadores. Foi, por isso, quase atónito que verifiquei que a B Sad não só não tinha 11 jogadores, como a maioria dos 9 jogadores eram “heróis” desconhecidos. Ouvindo o locutor, fiquei a saber que eram jogadores do plantel sub 23 e que nos 9 jogadores estavam 2 (!!!) guarda-redes. Mudei de canal e ainda hoje sinto vergonha alheia!