Já começou mais uma campanha eleitoral. Um processo eleitoral desencadeado pela não aprovação da proposta de Orçamento de Estado apresentada pelo Governo da República. Na minha opinião, um processo eleitoral completamente desnecessário e praticamente incompatível com a situação económica e social que o País atravessa.

Contudo, apesar de registar esta incompatibilidade, não consigo ter a mesma opinião sobre a sua importância. Não consigo desvalorizar um processo eleitoral, seja ele a que nível for, seja ele desencadeado por que motivo for.  Um processo eleitoral é sempre uma ótima oportunidade de clarificação do rumo político que pretendemos seguir e isso não deve ser desperdiçado.

Por isso mesmo, independentemente do que tenha motivado estas eleições, parece-me importante olhar para estas elas com responsabilidade. E por mais que pense naquilo que possa ser o mais importante a distinguir aqueles que têm maior probabilidade de liderar o próximo Governo de Portugal, só me vem à cabeça a importância que cada um deles dá aos Açores.

É que a forma como cada um olha para a nossa terra é completamente diferente e isso ficou patente logo no primeiro dia de campanha eleitoral. Enquanto António Costa iniciou a sua campanha eleitoral nos Açores, mostrando um grande respeito pelo todo Nacional nunca esquecendo a dimensão que os Açores dão ao País, soube-se que Rui Rio não vem aos Açores por falta de tempo.

Se nas últimas eleições Europeias Rui Rio dizia que os Açores não eram fortuna nenhuma de votos, ele agora diz que que não tem tempo para os Açores.

Caros ouvintes, a crónica desta semana fica por aqui, e não é por falta de tempo, é por falta de pachorra para estas faltas de respeito que Rui Rio tem mostrado com a nossa terra.

(Crónica escrita para Rádio)