Opinião

Abalos

Há cerca de uma semana, que se iniciou nos Açores mais uma crise sismovulcânica, desta vez na Ilha de São Jorge.
Infelizmente, tais fenómenos, com variadas intensidades e graus de destruição, fazem parte da nossa História, marcando a mesma de forma indelével, geralmente associados a ciclos de mobilidade e emigração. Estamos habituados, mas não nos conformamos, sobretudo com os seus resultados, aos níveis humano e social.
É claro que este tipo de catástrofes naturais desafios e obriga a tempestivas respostas, e têm sido também um duro mas incontornável teste à bondade e eficácia da livre administração dos Açores pelos Açorianos. Efetivamente, aquando do terramoto de 1980, que atingiu as ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa, o regime autonómico nascente foi posto à prova e, dentro das especificidades e condicionalismos históricos, possibilitou uma resposta diferente: a reconstrução e o estancar da emigração. Hoje, quer ao nível do diagnóstico, acompanhamento, prevenção e resposta a este género de crises, estamos dotados de instrumentos que nos permitem agir de maneira a proteger as populações, proceder à reconstrução que for necessária e minorar os efeitos económico-sociais da mesma.
Assim foi também em 1998, com uma resposta robusta, designadamente no apoio à reconstrução, nas ilhas do Faial e do Pico.
Com serenidade vigilante, temos para já uma crise, que urge acompanhar, tomando as medidas preventivas de proteção da população mais frágil e com dificuldades de mobilidade, preparando qualquer eventualidade.
Desejando ardentemente que esta crise se resolva da melhor forma, cá estaremos, como assinala a nossa Carta Magna: " (...) herdeiros daqueles que historicamente resistiram ao isolamento e ao abandono, às intempéries e a outros cataclismos da natureza, aos ciclos de escassez material e às mais variadas contrariedades (...)".