E assim vai... ...em marcha à ré. Que, ao menos, na Educação - a mais bela e pura semente de um futuro mais justo e mais próspero - se investisse seriamente numa qualquer rotação da máquina em marcha à vante, fosse então ela qual fosse. Que abdicando se fosse, lamentavelmente, mas fosse. Que acompanhados da negra sombra da resignação, quebrado o ensejo de que na vanguarda nos pudéssemos projetar com visão técnica e coragem política necessária, mas fosse, sem quaisquer hesitações. Seria bom. Seria importante. Seria imprescindível. Mas é hoje mais claro. Não tem tafulho. Mais um sonho adiado.
A mais brilhante das propostas deste departamento governamental, à data, é a adaptação à Região do diploma nacional que rege o modo como pais e encarregados de educação poderão participar, organizadamente, na vida ativa das instituições de educação e ensino. Muito bom. Ironizando, é claro. É sim o mais puro exemplo da mais desavergonhada demagogia política. Foi desta que, também nesta área governativa, se descobriu totalmente o rabinho ao tal gato que se julgava escondido. Como agora fará, Sra. Secretária, para contradizer o óbvio?... Como sustentará o tão proclamado princípio de que devem as famílias ser apoiadas - incentivadas, diria eu - a um muito maior envolvimento positivo nas escolas, quando aquilo que propõe é um diploma que lhes retira todo e qualquer apoio de participação em toda e qualquer reunião que não tenha a obrigatória chancela da tutela? É então assim que se faz? É então este o hercúleo esforço do governo regional para que as famílias se envolvam na vida escolar dos seus rebentos? Ou não será antes assim que se desinveste, Senhora? É óbvio que a aplicação do diploma nacional implicaria um forte investimento neste domínio. Fácil de compreender. Mas então, e vai daí, propõe-se sorrateiramente reduzir do diploma nacional para o regional - com a maior das naturalidades, como se nada fosse -de um apoio à participação de muitos pais e encarregados de educação de cada uma das nossas quatro dezenas de unidades orgânicas, multiplicado por inúmeras reuniões internas e externas à própria instituição, para uma ideia de convocatória que sucederá menos vezes do que os dedos contados de uma única mãozinha, espartilhadas, que se querem, às excecionais reuniões convocadas pela Secretaria Regional da Educação? E como se tal não bastasse, introduz-se ainda, na mais pimpolha e alegre leveza do ser, um singelo articulado que coloca nas mãos do empregador, seja ele público, seja ele privado, o poder de decidir sobre o mesmo direito, alegadamente, adquirido, dado que governamentalmente protegido. É só mais uma que se junta ao rol.
Fingir hoje que se investe na Educação de um povo, Sr. Presidente, é não menos do que fazer de conta que se prepara a sementeira.