A crise inflacionista continua a marcar o dia a dia dos açorianos. Segundo dados do INE, em agosto de 2022, o pão está mais caro cerca de 14%, a carne 12%, o peixe 22%, os óleos e gorduras 55%, os transportes 14%, os combustíveis 28%. As taxas de juro já começaram a subir e tudo indica que não param por aqui.
Da gravidade do atual cenário não restam dúvidas e, no que respeita, aos fortes sinais de agravamento da situação, são mais as certezas do que as incertezas.
Reconhecendo esta situação são várias as medidas de mitigação dos efeitos da inflação a serem anunciadas por diversos países, incluindo Portugal. Também ao nível local, já temos Câmaras Municipais a implementar medidas de apoio às famílias, tal é a urgência de acudir às dificuldades que já se fazem sentir no bolso dos açorianos, com particular incidência nas famílias com níveis de rendimento mais baixos, mas também nas famílias da chamada classe média.
No caso do Governo da República, as receitas fiscais resultantes da subida dos preços, ascendem a 2,4 mil Milhões de Euros comparativamente ao previsto no Orçamento de Estado. Estas receitas extraordinárias estão a ser devolvidas aos portugueses, incluindo os açorianos. Aliás, mais de 90% dos açorianos irão receber apoios do Governo da República.
No caso do Governo Regional assistimos a uma total inércia, adiando as respostas para 2023. Até lá, a resposta aos açorianos é “esperem”! Por mais que sejam os alertas das organizações internacionais a chamar a atenção para as implicações desta crise inflacionista e para a necessidade de criar medidas capazes de mitigar os seus efeitos, só o Governo dos Açores não o reconhece e assobia para o lado.
Continua a resumir a sua ação às medidas que implementou antes mesmo da crise inflacionista. Em 2022, só com o que resulta da subida dos preços, recebe mais 50M€! As medidas de apoio social deste governo representam apenas 800 mil euros, restam mais de 49M€!! Porque não devolvê-lo aos açorianos para que possam enfrentar esta crise?
Tanta indiferença faz-nos confusão. Algo mais terá de explicar tal insensibilidade.
A verdade é que este Governo Regional não devolve o dinheiro às famílias porque está a gastar o que não tem, onde não deve! Basta olhar para o Boletim orçamental de julho para perceber o aumento das despesas correntes em quase 6%; o aumento da aquisição de bens e serviços em mais de 34%, ou ainda, lembrar o que gasta com nomeações que continuam a acontecer. Falando dos técnicos superiores especialistas, no anterior Governo eram 7, neste governo são 28!!
A ação irresponsável deste Governo só agrava a crise! Existem outros factos que ajudam a explicar o porquê de o Governo não conseguir ajudar as famílias e empresas já, ora vejamos: a trapalhada das Agendas Mobilizadoras que fizeram com que as empresas açorianas perdessem 117M€; a renúncia de 70M€ de ajuda do Governo da República para a recuperação dos estragos causados pelo Furacão Lorenzo; os 125M€ para a recapitalização das empresas que este Governo entregou ao Banco de Fomento, podendo agora ser mais um instrumento de apoio às nossas empresas; ou ainda, a incapacidade de manter em funcionamento o Sistema de Incentivos, deixando as empresas desde janeiro à espera de respostas.
E assim se explica o porquê de não apoiarem as famílias e as empresas. Num momento em que são precisas respostas, continuam a falar de medidas tomadas antes da subida dos preços. Este é um Governo Regional esgotado! Em dois anos esgotou todas as suas respostas, todas as suas ideias.