Menos 126 milhões de euros. Este é o montante global que a ilha de São Miguel perderá em comparação com 2022. No total, e comparando a proposta do Plano para 2023 conjuntamente com os outros fundos, verifica-se uma redução muito significativa para a maior ilha do arquipélago. Com mais de 55% da população regional e concentrando cerca de 70% do tecido empresarial, o desinvestimento de mais de 120 milhões de euros em São Miguel terá, necessariamente, impacto. Não deixa, aliás, de ser curioso o silêncio de várias instituições, outrora tão reivindicativas, face a esta situação. O contraste é ainda maior se, por exemplo, tivermos em conta a verba prevista para os concelhos de Lagoa, Vila Franca do Campo e Povoação. Retirando o investimento em curso dos anteriores governos, estes três concelhos têm em conjunto para 2023 um total a rondar os 430 mil euros. O facto de serem municípios com uma cor política diferente da coligação no Governo é, obviamente, pura coincidência. Mais do que uma queda abrupta, as propostas em curso para 2023 são reveladoras da ausência de um rumo estruturante para o desenvolvimento da Região e, em particular, de São Miguel.