A agência de notação financeira Moody baixou o rating da Região. Um sinal negativo que contrasta com a tendência estável que a mesma agência atribuiu à República. Em causa, uma “deterioração significativa dos níveis de endividamento da Região” e um “enfraquecimento do perfil de crédito autónomo dos Açores”. Não vale a pena reescrever a história. Defender agora que, no passado, se devia ter agido sobre a dívida açoriana é ignorar, conscientemente, alguns aspetos essenciais, entre os quais: uma taxa de desemprego de 18% em 2015, na sequência dos efeitos da crise financeira internacional, a exigir uma ação concertada (e reclamada) dos poderes públicos; a pandemia em 2020, a demandar esforços inéditos por parte dos governos; e, não menos importante, o facto do rácio da dívida ser, no período de governação socialista, mais baixo do que o da República e o da Madeira e, já agora, muito inferior ao atual. Com a coligação, em apenas 18 meses, a dívida pública da Região aumentou mais de 650 milhões de euros. Perante estes números, é insólito ver quem continua mais focado na governação anterior do que em escrutinar a atual com rigor, objetividade e isenção.