Por causa de 50 mil euros anuais a ANA decidiu o encerramento noturno do aeroporto de Santa Maria. Nos sete anos anteriores à pandemia, a ANA teve mais de mil milhões de euros de lucros e investiu menos 87 milhões de euros nos aeroportos portugueses do que tinha previsto e se comprometeu com o Estado. Já em abril deste ano, o Conselho de Administração propôs que 1,5 milhões de euros fossem distribuídos pelos quadros da empresa a título de participação nos lucros. A mesma administração que não hesitou em encerrar parcialmente uma infraestrutura que tem um peso decisivo na economia de Santa Maria. Tudo porque não quer contratar um supervisor de bombeiros, o que permitiria ter mais uma equipa a funcionar entre as 21h30 e as 6 da manhã. Por causa disso, são várias as escalas técnicas que Santa Maria perde. Entre lucros astronómicos e bónus generosos, seria de esperar que esta empresa - a quem por 50 anos foi atribuída pelo Estado uma concessão multimilionária de 8 aeroportos nacionais - tivesse outra sensibilidade e responsabilidade social. A pergunta óbvia tem também uma resposta óbvia: quem sai beneficiado com o encerramento noturno do aeroporto de Santa Maria?