Na semana passada meia coligação juntou-se e fez uma conferência de imprensa sobre os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, referentes ao ano de 2021, que tinham sido divulgados pelo INE; sobre as mais-valias das políticas sociais do seu Governo e sobre o PS, como não podia deixar de ser.
Esqueceram-se de que por trás dos números divulgados estão pessoas de carne e osso com carências graves, que dispensam atitudes revanchistas e esperam respostas!
Nada tiveram a dizer sobre as propostas que o PS deixou: sobre a necessidade de manter, ainda que revisitando, a Estratégia Regional de Combate à Pobreza e a Exclusão Social; a renovação, fortalecimento e ampliação da rede de respostas sociais de emergência; a criação de uma linha de apoio alimentar de emergência; o apoio às famílias nas prestações do crédito à habitação, entre outras. Nada, absolutamente, nada foi dito sobre isso.
Ao invés, optaram por colocar-se no pedestal do seu (pequeno) poder, atirar uns euros e umas percentagens, ao desbarato, para fugir adiante e não se fala mais nisso!
Lamento, mas há muito mais para falar sobre isso! Não se pode de maneira nenhuma aceitar que os Açores sejam a Região do país que mais aumentou o indicador de Risco de Pobreza, entre 2020 e 2021; nem que sejam a Região mais desigual do país; nem tão pouco se pode aceitar os dados avançados para 2022, em matéria da Taxa de Privação Material e Social Severa e da Taxa de Sobrelotação da Habitação.
Em novembro de 2022, o Governo anunciou ter assinado um protocolo de cooperação com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, para reavaliação da Estratégia Regional de Combate à Pobreza e a Exclusão Social. Até que isso aconteça, o que é que vai ser dos Açores?
Ah, já sei. Devemos todos ficar descansados, porque temos um Presidente do Governo, que é um homem do diálogo e da humildade democrática.