Clélio Meneses pediu a sua demissão de Secretário Regional da Saúde e Desporto. Nas suas explicações deixou claro que o motivo da sua saída era político e de divergência com o restante Governo Regional. Afirmou mesmo que não poderia continuar a aceitar intromissões e ingerências nas suas áreas de atuação.
Para mim, ficou claro que Clélio Meneses saiu porque perdeu, ou então nunca teve, peso político dentro da atual solução governativa.
Não sou daqueles que acha que esta tenha sido uma atitude altruísta. Não tinha essa opinião na sua forma de atuação e com pior opinião fiquei com essa sua decisão.
Sobre a sua forma de atuação, é preciso não esquecer que ele sai sem que se saibam os resultados dos inquéritos abertos no âmbito de supostas vacinações indevidas nos Açores, que sai sem explicar nomeações por prestação de serviço para o seu gabinete e sai sem explicar por que motivo as últimas nomeações feitas para as suas áreas de responsabilidade foram feitas por outro Secretário e não por ele próprio.
Já sobre a sua saída, não me parece que este seja o melhor motivo para abandonar este barco. Se as coisas são como ele diz, e se a sua forma de estar na política é como ele próprio anuncia, isto deve ser o motivo para ficar e não para sair.
Uma saída assim é mais uma prova da subserviência do PSD e do Presidente do Governo aos partidos com menor dimensão nesta solução governativa.
A saída desta forma demonstra que Clélio Meneses representa mais uma derrota do PSD e do seu presidente dentro desta coligação. Que não se pense que Bolieiro não sai derrotado no meio disto tudo.
Esta saída será sempre uma consequência de mais uma derrota de Bolieiro.
(Crónica escrita para Rádio)