Durante muito tempo, as mulheres viveram com o seu direito de assumirem posições de poder na sociedade vetado. Viveram com a falta de representatividade feminina, viveram com diferenças salariais marcadas entre homem e mulher, assistindo ao desrespeito acentuado pelos seus direitos.
Hoje, o que vemos, é que muitos direitos foram conquistados. A Mulher começou a empoderar-se, a ocupar o seu lugar, por direito e dever, na sociedade e em tudo o que a concerne. E bem, e muito bem!
Na Agricultura não é diferente.
O número de Mulheres na agricultura tem crescido nos últimos anos. Liderando cerca de 21% das explorações agrícolas dos Açores, um crescimento notório quando comparado com a década de 90, em que representavam apenas 8% dessa liderança. E cada vez mais habilitadas, e formadas, em cursos relacionados com a agricultura e com a medicina veterinária, sabem que a agricultura não se faz sem inovação e eficiência.
Mas este crescimento, das Mulheres na agricultura, não é apenas uma constatação, é sinónimo de revolução!
As Mulheres começam a ocupar novos lugares, que antes eram ocupados, só por homens, mas isto não acontece por acaso: a Mulher percebeu que o que conta, neste domínio, como em outros, é a competência, o conhecimento e a responsabilidade. E tem sido este o percurso das Mulheres na agricultura, demonstrar que podem ser tão competentes ou mais do que qualquer um.
As Mulheres são ótimas a delinear, organizar e otimizar. Isto fica claro no sentido da organização, do planeamento futuro, do cuidado com os pequenos detalhes, refletindo-se de forma muito positiva em termos de produtividade.
E é esta agilidade, própria do sexo feminino, que a sociedade precisa compreender e valorizar, este esforço da conciliação do trabalho, por exemplo, com as questões familiares, a realização profissional e a estabilidade financeira.
As Mulheres na agricultura estão conquistando o seu espaço, justamente pelos resultados que vão tendo. E, embora se sintam orgulhosas por trabalhar na agricultura, ambicionam um maior respeito, reconhecimento e tomada de consciência por parte da sociedade, quer do seu trabalho, quer das suas responsabilidades.
Um reconhecimento que é justo e imperativo e que tem de começar, exatamente, por quem nos governa! Pelas declarações do Presidente do Governo, ao dizer que “este governo dá oportunidades às mulheres”, fica claro, que este governo de direita e os partidos que o suportam, ainda têm muito a aprender, quiçá, com as Mulheres! Porque às Mulheres não se “dão oportunidades”. Às Mulheres dá-se o seu lugar, certo e devido, por serem tão competentes ou mais do que qualquer um.
E no futuro, estou certa de que, teremos ainda mais Mulheres na Agricultura a assumirem posições de liderança, cargos de chefia e a mostrarem o que podem fazer, o que sabem fazer e que podem ainda fazer muito mais do que tem sido feito.
A presença das Mulheres na Agricultura e na nossa sociedade em geral, é essencial, produz resultados, faz a diferença e será cada vez mais notória.