A ação governativa tem sido tomada por uma vertente incoerente e errática nos seus propósitos.
E o facto de ainda não terem conseguido, em pleno terceiro ano de mandato, criar e publicar documentos orientadores e normativos na área da saúde como o Plano Regional de Saúde, o Plano de Ação Regional de Prevenção e Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependencias, o Plano de Ação de Prevenção e Combate ao Tabagismo, ou o Plano de Ação para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool, é bem demonstrativo disso.
É sobejamente conhecida a frase “não havia nada, nem uma linha”, relativamente ao trabalho desenvolvido pelo anterior executivo socialista na área da Saúde e da Prevenção e Combate às Dependências. Uma frase forte, mas, todavia, fraca por faltar à verdade.
Porquanto a verdade é que deste Governo, no que a documentos orientadores da saúde diz respeito, não há uma linha aprovada, nada.
Em pleno terceiro ano de mandato, o atual Governo não aprovou ainda o Plano Regional de Saúde e tão pouco os demais planos de ação nos diversos domínios da saúde.
Quer o Plano Regional de Saúde, quer os demais Planos de Ação da área da Saúde, que continuam em vigor e pelos quais os Hospitais e Unidades de Saúde de Ilha norteiam o seu trabalho, são lavra do anterior Governo do Partido Socialista. Os objetivos, assim como as metas e indicadores a alcançar são ainda os definidos pelo anterior executivo.
Um pequeno detalhe, de somenos importância, instalada que está a crise no Governo de Direita, com o “rasgar de acordos” por parte da IL e do Deputado Independente.
Uma crise política cujo desnorte se revela nos atropelos entre pares, na indefinição do desenho de políticas públicas, nas ausências sentidas e na falta de proximidade junto dos Açorianos.
Enfiados que estão na sua bolha, esquecem que tão ou mais preocupante que a crise política interna da sua governação, é a crise inflacionista que as famílias e as empresas açorianas vivem e enfrentam.
As dificuldades das famílias em pagar contas, em escolher entre o que pagar ou não pagar, são visíveis fora e entre portas. São notícia diária nos órgãos de comunicação social. São sinal de alarme por parte de entidades como o Banco Alimentar de São Miguel e a Cáritas. Entidades que se desdobram entre apelos e pedidos de donativos porque já não têm meios para acudir a quem mais precisa. A quem não tem comida para pôr na mesa, a quem tem de escolher entre comer ou pagar a conta da luz ou a renda de casa.
Aumenta a pobreza envergonhada na mesma proporção em que aumenta o custo do cabaz de bens essenciais e a hipoteca do crédito à habitação.
E, entretanto, ouvem-se, em catadupa, as vozes de descontentamento e, aí está, a mais audível e inegável crise existencial e de gestão deste Governo de Coligação.
De tal modo que, as redes sociais andam, por estes dias, inundadas com excertos de entrevistas dadas pelo Senhor Presidente do Governo Regional.
A mensagem a passar é clara, mas, de tão repetida e gasta pelo próprio, cria ainda mais incertezas e dúvidas.
É certo que a política não é uma ciência exata, mas, até os mais distraídos já deram conta que, afinal, anda à deriva e sem timoneiro este barco.