Opinião

A inversão

A vice-presidência do Governo veio a público, através de uma nota, informar que vai investir na rede de Centro de Atividades de Tempos Livres na Graciosa, investimento que, segundo a mesma nota, “surge na sequência do processo de transição das crianças do jardim-de-infância O Balão para a rede pública do pré-escolar”.

Este assunto é pertinente e faz todo o sentido, porque aquela decisão intempestiva criou desequilíbrios nos equipamentos existentes e, portanto, é preciso investir muito para resolver os problemas criados à sua conta.

Acresce ainda, reafirmar a falta de sensibilidade com que este processo foi iniciado, ou seja, primeiro mudam-se as crianças e depois é que se arranjam soluções para as mesmas. E este é apenas um mau exemplo do que não pode nem devia acontecer.

Esta atitude denotou um total desprezo pelas instituições envolvidas e, sobretudo, pelos pais que assim deixaram de ter as mesmas oportunidades do que os pais de outras ilhas.

É triste fazer estas experiências usando crianças ao abrigo de critérios duvidosos. Basta ver o que se está a passar na Graciosa, nessa área, e o que não vai acontecer em S. Jorge. Isto só vem confirmar um tipo de governação que anda ao sabor dos interesses partidários.

Registo, também, o interesse que o assunto está a merecer por parte da Iniciativa Liberal. Só tenho pena que, em julho do ano passado, quando este partido ainda tinha um acordo com o PSD, não tenha apelado a este Governo, que apoiou com empenho até há bem pouco tempo, para inverter a decisão que tomou de modo unilateral e sem o devido planeamento, ou melhor, sem qualquer planeamento, conforme está demonstrado nos remendos que estão a fazer agora.

Estamos perante uma inversão total do que se espera da governação. Não pode haver este tipo de tratamento discriminatório, porque, afinal, somos todos Açorianos.