Opinião

Um ato de fé

É o futuro um ato de fé? Talvez…

O que a incerteza face ao futuro nos diz é que não controlamos tudo, que conhecer o passado é fundamental para, no presente, projetar o futuro. E que quem se agarra ao passado para, no presente, se desresponsabilizar não tem perspetiva de futuro.

Repetidamente é invocada a herança da governação socialista de forma crítica e pejorativa pelo Governo e pelos partidos que o suportam. E é por demais useira a expressão gasta: “A culpa é do PS.”

Se é certo que a Educação constitui um pilar estruturante para a construção de um futuro individual e coletivo de prosperidade. Um pilar essencial para as políticas de emprego e combate à pobreza e exclusão social. É, também, inegável que no domínio da Educação a herança dos Governos Socialistas foi fundamental para a Região ter hoje um parque escolar e um conjunto de programas educativos que permitem perspetivar e construir aquele que deve ser o objetivo principal da educação nos Açores, o sucesso das nossas crianças e jovens.

Uma herança que totalizou, entre 2012 e 2020, um investimento de cerca de 133 milhões de euros na construção e reabilitação do parque escolar da Região.

133 milhões de euros aplicados na reabilitação e construção de edifícios escolares em oito anos de governação socialista. Esta é também a herança que o atual Governo de direita esquece ou não gosta de lembrar.

Aliás, este Governo herdou projetos e obras em curso, algumas das quais já foram concluídas e inauguradas, como é o caso do novo edifício da Escola EBI de Rabo de Peixe inaugurada no passado dia 17 de abril e com um investimento na ordem dos 20 milhões de euros.

Uma obra herdada do Governo Socialista de Vasco Cordeiro e cuja relevância e valor o atual Presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, soube reconhecer ao afirmar que “o futuro trata-se no presente”.

E, quanto a isso, não temos dúvidas. No domínio da Educação como em muitos outros, os Governos Socialistas de Vasco Cordeiro asseguraram e bem o futuro dos Açores.

Pese embora o forte investimento realizado nos últimos anos nas escolas da Região, reconhecemos que se torna, no entanto, necessário requalificar as infraestruturas mais antigas, dotar as infraestruturas existentes de material de suporte, e, em alguns casos, construir edifícios de raiz, para fazer face às exigências e aos desafios educativos do futuro.

Compreendemos o investimento na Educação como um processo em contínuo e transversal. Um investimento estruturante para o desenvolvimento e coesão dos Açores, que deve atender de forma particular à diversidade e especificidade, nomeadamente demográfica, dos nossos territórios enquanto região insular e ultraperiférica. 

Um investimento que vai muito para além do financiamento, que também é produção e partilha de conhecimento e para o qual somos todos, cidadãos, agentes públicos e privados, chamados a contribuir. Só com o envolvimento empenhado de Todos conseguiremos transformar este “ato de fé” numa certeza e afirmar a Educação como via para a construção, em permanência, de uma Região mais inclusiva e menos desigual.

Uma região coesa e com futuro só é possível com mais Educação e com a participação de Todos.