O consumo de leite está, de várias formas, ligado à infância, percebendo-se claramente, porque é que se celebra o Dia Mundial do Leite e o Dia Mundial da Criança exatamente no mesmo dia, 1 de junho.
Vivemos tempos difíceis, caracterizados pelo aumento do custo de vida e de dificuldades acrescidas para as famílias. O leite é um alimento essencial, que deve continuar a fazer parte das nossas escolhas alimentares e deve estar acessível a toda a população.
Beber leite é garantir a nossa saúde!
Mas, para isso, é fundamental proteger e defender o setor do leite e lacticínios, é fundamental valorizar o trabalho dos nossos produtores e continuar a defender o seu rendimento justo!
Na passada quinta-feira celebrou-se, então, o Dia Mundial do Leite!
Para assinalar este dia, o Secretário da Agricultura brindou os Agricultores Açorianos com o anúncio de mais um estudo e menos um apoio.
Por um lado, anunciou que a Região irá desenvolver um estudo para provar que o leite Açoriano é mesmo diferente, mas por outro lado, à saída de uma reunião com a ANIL, afirmou que o Governo Regional não tem previsto qualquer novo apoio para os produtores de leite, para fazer face às descidas recentes, no preço do leite.
A verdade é que contradições como estas revelam muito deste Governo. Um Governo em que o que sobra em conversa, estudos, euforia e queixinhas, falta em trabalho, competência, ação e realizações.
Nos últimos tempos, o Governo Regional e os partidos que o suportam têm vindo a tentar esconder as suas limitações e incompetências procurando, desesperadamente, um inimigo externo.
Apelam à solidariedade Nacional, atiram pedras e pedregulhos à República e fazem dela a culpada de todos os males da Região. Mas, então onde fica a Autonomia? Onde fica a gestão dos recursos próprios? Onde fica a “livre administração dos Açores pelos Açorianos”?
É claro que temos direito à solidariedade nacional, mas e a solidariedade regional? A proatividade regional e capacidade de implementação de medidas e apoios?!
Há questões incómodas para o Governo Regional às quais ele se recusa a responder.
Por exemplo, ao invés de culpar os outros, ao invés de arranja um inimigo externo, porque não faz este Governo o mesmo que o Governo da República, criar apoios específicos para o setor?
Apoios de facto eficazes, pagos a tempo e horas e que comtemplem todos os Agricultores, sem exceção.
De lembrar que no último apoio prometido por este Governo de direita, ignorados ficaram os pequenos produtores de hortofrutícolas, de mel, de vinhos ou de flores, também eles a atravessar dificuldades com os aumentos dos custos de produção.
Os Agricultores Açorianos estão entregues à sua sorte e esquecidos por este Governo.
O tempo deste Governo não é o tempo dos Agricultores.
Quando os Agricultores mais precisam de apoio o que é importante, não é falar mal do Governo da República, é – isso sim – dar um passo em frente e apoiar os nossos agricultores, efetivamente!
Os mais atentos terão percebido que este governo de coligação de minorias usa sempre expressões como “vai preparar”, “vai criar”, “vai desenvolver”, “pretende”. Mas mesmo os menos atentos terão percebido, na carteira, que pouco ou nada foi feito a nível regional para dar a mão aos Agricultores Açorianos. De boas intenções está o inferno cheio, dizem.
Não basta baterem no peito dizendo que acabaram com os rateios, quando depois esses rateios são aplicados de forma encapotada, quer no atraso do pagamento dos apoios prometidos, quer pela não inclusão de alguns agricultores.
E o certo é que com toda esta trapalhada do Governo, os produtores de leite açorianos ficaram sem leite, sem animais e continuam à espera dos apoios.
A Agricultura nos Açores precisa de um Governo organizado, capaz de fazer muito mais, e muito melhor pelos Agricultores da Região. É verdade que os nossos produtos são de excelência, mas torná-los excelentes, trabalhar para a sua qualidade, mostrá-los e vendê-los tem custos muito elevados, que precisam de ser não só apoiados, como igualmente, valorizados!
Passados quase 3 anos de governação, o que se pode pedir é mais trabalho e menos queixinhas. Muito menos queixinhas!