O tema da coesão é um tema amplamente debatido há muito anos na nossa Região. Nem sempre foi assim e felizmente já lá vai o tempo em que era cada ilha por si. No tempo, existiam algumas exceções dada a proximidade geográfica entre algumas ilhas, mas, mesmo assim, o conceito de coesão não era o conceito predominante nas relações entre elas.

A coesão não é um conceito necessário só em regiões arquipelágicas nem tão pouco só em regiões ultraperiféricas como a nossa também é.

O conceito de coesão é muito mais vasto do que distâncias geográficas que possam existir entre determinados pontos. Aliás, a coesão pode nem sequer estar relacionada com distância geográfica.

O ser humano, é por natureza, um animal político e a coesão é por isso mesmo um conceito político importante em todas os aspetos e em todas as áreas devendo, por isso mesmo, ser predominante em todas as decisões que são tomadas.

A coesão pode e deve ser tida em conta, em termos territoriais, em termos sociais em termos políticos e governamentais. Aliás, o contrário deste conceito, é claramente a divisão das sociedades, a exclusão, a desigualdade e sobretudo a falta de respeito pelo outro.

E é por isso mesmo que ter noção da importância deste conceito em todas as tomadas de decisão, sejam elas sociais ou políticas, reveste-se de uma particular relevância para que se mantenha a estabilidade e a eficácia das políticas públicas e até da boa organização da sociedade enquanto tal.

Caro ouvinte, dei por mim a pensar nisso durante os últimos dias e a pensar que o conceito de coesão pode até ser diferente em alguns aspetos para algumas pessoas, mas em tudo o que vou vendo acontecer, ele tem sofrido um enorme revés na nossa Região.

(Crónica escrita para Rádio)