No final da tarde de sexta-feira, o Governo Regional publicou uma nota de imprensa, no Portal, com este título: “Cultura Açores promove ‘showcooking’ com produtos dos Açores na Feira do Livro de Lisboa” … Imaginei logo uma espécie de caldo de nabos com “Mau Tempo no Canal” à mistura ou um “Dicionário Sentimental de São Miguel” com doce de figo ou (quiçá) uma abrótea frita com “Viajantes nos Açores”, entre tantos outros, passíveis de servirem para esta crónica, como as tão tradicionais sopas do Espírito Santo com lapas com casca e tudo!
Além do título e da necessária explicação de que a Secretária Regional tinha estado presente, o que me chamou mesmo à atenção foi esta frase: “Os Açores podem engrandecer devido às suas paisagens, ao seu meio natural, à au religiosidade, mas também aos seus hábitos, costumes e à sua gastronomia.” (a gralha não é minha).
Significa (então) que nem sequer na Feira do Livro, onde (finalmente) voltamos a ter presença, apesar disso nem ter sido (muito divulgado) entre nós, não ocorreu à responsável pela Cultura que, se calhar, os Açores também podem engrandecer pela sua cultura, nas suas mais variadas dimensões; que os Açores também podem alargar-se e mostrar-se ao mundo pela sua enorme variedade de artistas, agentes e promotores culturais; que os Açores também têm e podem “dar cartas” a nível nacional, e mesmo internacional, escritores; atores; realizadores; pintores; músicos; dramaturgos; encenadores; bailarinos, entre outros, e que isso, também nos engrandece?
Será que uma boa parte desta cultura, também, não podia ter sido mostrada na Feira do Livro?
Claro que podia, mas não foi, e é uma pena!
Assim se percebe como vai a Cultura nos Açores. Todos à espera dos seus apoios; a Secretária Regional a dizer que estão “por dias” … e, no intervalo, a promover um “showcooking” na Feira do Livro…
De facto, “O meu mundo não é deste reino”. Nem guisado.