Tempos houve na Região em que o adjetivo "atrasado" surgia no debate político quase exclusivamente associado ao funcionamento da SATA.
Era o tempo das notícias dos atrasos de um par de horas nos embarques nos Estados Unidos e das ilustrativas fotos de filas nos balcões, felizmente há muito ultrapassado.
No entanto, o atraso que antes se concentrava na companhia aérea encontra-se agora disseminado pelo Governo Regional.
Os membros do Governo, provavelmente imbuídos pelo espírito gingão do samba de Martinho da Vila, começaram devagar, depois foram avançando pelos meses devagarinho, há pouco tempo estavam na fase do parado e agora governam já em ritmo "atrasadinho", sendo o elemento unificador de todos estes estádios a ausência de movimento.
Muito lestos em enumerar alegados atrasos da República os Secretários Regionais vão procurando esconder, com manifesto insucesso, os atrasos que se verificam nos seus sectores da Governação.
No decorrer desta semana, ficou-se a saber, pela enésima vez,através da Presidente da Comissão de Acompanhamento do PRR, que a aplicação de fundos comunitários nos Açores continua "atrasadinha", ou seja, a gigantesca bóia de salvação do GRA é afinal o seu grande lodaçal.
Também na agricultura e por confissão expressa do Secretário Regional, que no passado já havia vaticinado que "no milk, no people", os produtores de leite ficaram a conhecer a dura realidade dos atrasos nos pagamentos dos apoios prometidos, que pode ser sintetizada na frase, que não é do titular da pasta, mas podia ser: "no money, no funny".
No sector do Turismo, por comunicado do CDS/Terceira que juntou a sua à voz do PS/Terceira - avante camarada! - ficou claro que também há quem considere, mesmo estando na posição, que a estratégia de promoção turística da ilha além de "atrasadinha" é, sublinhe-se, inexistente, sendo caso para perguntar: mas afinal de que serve a tutela da Aerogare Civil das Lajes?
E lá vão eles "cantando e rindo" atrasados, atrasadinhos, sim!