"Eu /Queria mandar daqui um beijinho / só para aqueles que nos fazem sorrir". Estas três estrofes da música viral de Pedro Mafama, que ressoam há largos dias no subconsciente de todos os Portugueses, sintetizam de forma perfeita a entrevista que o Presidente do CDS-PP/A e, não se esqueçam, Vice-presidente do Governo Regional deu ao A.O. e que foi objeto de uma ineficaz tentativa de viralização, até porque, a mentira, diz o Povo, tem perna curta.
"Eu". Não obstante tratar-se de uma entrevista e, por isso, ser natural o entrevistado se encontrar autocentrado, a verdade é que resultou bastante hilariante a quantidade de vezes em que o próprio se referiu a si como Vice-presidente do Governo Regional. Aqui fica a amostra: "Eu sou vice-presidente do Governo, mas (...)"; "eu sou vice-presidente do governo porque (...)"; e "propôs e fez questão que eu fosse vice-presidente do governo". Se tivesse a frase fosse repetida uma quarta vez haveria que concluir que estávamos perante um famoso sketch do Herman José.
"Queria mandar daqui um beijinho". Não foi propriamente um beijo fraterno ao estilo Honecker/Brejnev imortalizado no muro de Berlim, ainda assim, dali, i.e., da entrevista, foram enviados alguns "beijinhos", provavelmente no ombro, aos anteriores líderes do PSD, onde se incluem Duarte Freitas e Berta Cabral, membros do Governo de que, não se esqueçam, o entrevistado é Vice-presidente, com recurso à frase demolidora: "Provavelmente com nenhum dos líderes anteriores do PSD teria feito esta coligação".
"Só para aqueles que nos fazem sorrir". Aparentemente houve um sorrisinho de malicia para os eleitores, daqueles gozões que saem quando se tenta passar uma "rasteira" com recurso a um argumento vacilão, quando sem o mínimo de inibição o entrevistado diz que os acordos parlamentares não foram feitos pelo CDS. Valha-nos o facto do acordo com o Chega ter sido reduzido a escrito a 6 de novembro de 2020 e assinado, pasme-se, pelo Presidente do CDS-PP/A. Aiaiai!