A degradação das finanças públicas regionais é cada vez mais evidente e acentuada.
A dívida da Região Autónoma dos Açores aumentou só em 2022, 501 milhões de euros, atingindo 3109 milhões de euros.
Este facto consta da Conta da Região, relativa ao ano de 2022, sendo, por isso, indesmentível e incontestável, e coincide com as manifestações públicas de vários agentes económicos e sociais tornadas públicas ao longo dos últimos meses.
A Federação Agrícola dos Açores deu nota pública da insatisfação sentida decorrente dos atrasos nos pagamentos por parte do Governo dos Açores e da fraca execução dos fundos do Prorural, pondo em causa a modernização do setor e a sua saúde financeira. Os gráficos e a prosápia do Sr. Secretário da Agricultura são fachada, que não esconde as dificuldades e, muito menos, apaga a falta de diálogo denunciada.
Os agentes culturais reportaram atrasos nos pagamentos dos apoios relativos ao ano passado e relativamente à apreciação das candidaturas e aos cortes nos apoios às atividades culturais do corrente ano. Factos que provam, que as desculpas do Sr. Secretário das Finanças, e as justificações da Sra. Secretária dos Assuntos Culturais, não convencem e, sobretudo, não resolvem.
A Câmara de Comércio de Ponta Delgada confirma e expõe que “continuam a verificar-se situações de dívidas não regularizadas nos prazos legalmente estabelecidos, que estão a aumentar em termos de volume e também em tempo de atraso, principalmente por parte dos hospitais”.
Apesar das evidências, José Manuel Bolieiro, o PSD, o CDS e o PPM, insistem na retórica de que não há atrasos e não há dificuldades. É caso para dizer: ao mesmo tempo que cavam vala funda, varrem os problemas das famílias, das empresas, das associações e dos agricultores para debaixo do tapete. Afinal, o único marco e meta desta coligação é a sua sobrevivência política até às próximas eleições regionais.