Afinal o Presidente do Governo não quer resolver problemas, quer evitá-los. Deve ter sido aconselhado pelo Secretário da Agricultura, que numa das suas idas ao futuro, para ver como está a correr, voltou ao presente com essa ideia e com a outra, que pudemos todos voltar a ouvir, domingo à noite, na SIC: “O touro é um animal que combate as alterações climáticas.”
Touradas à parte, até porque nisto de aficionados cada qual saberá de si, esta pretensa vontade de se tornar numa espécie de “Doc Brown” à regional, fez inspirar alguns colegas do seu Governo, mas ao contrário. Sofia Ribeiro foi ao passado ver como era e voltou ao presente com um grande anúncio: “Carnaval da ilha Terceira distinguido como Património Cultural Imaterial”. Isto visto assim, a partir daqui, parece uma espécie de quinta dimensão. Será que a tutela do património ignora uma distinção (já) com 3 anos? Ou foi propositado?
A ouvir isto e mais a história do touro, que combate as alterações climáticas, ou (ainda) o alvitre zangado do Vice-Presidente sobre as reivindicações de um grupo de Amas dos Açores, dizendo-lhes, entre outros, que o que espera é que se preocupem em fazer o seu trabalho, porque é isso que ele espera delas ou (até) que estão muito reivindicativas, como se de um momento para o outro, tivesse passado a ser proibido protestar nos Açores (?), uma pessoa fica a pensar na tal declaração do Presidente do Governo sobre a sua função de evitar problemas.
Será que “evitar problemas” é calar-se, enquanto tudo isto acontece na Região, a que preside, como se nada fosse com ele?
Mal por mal, então era preferível a versão de há 15 dias. É que se há coisa, que não pode ser, é querer ter cidadãos calados, quietos e submissos a acreditar em tudo o que o Governo diz, enquanto lhe agradece benesses variadas.
Será caso para dizer que (ainda) não é Carnaval, pelo que, sim, leva-se a mal!