Opinião

Urtigas

O PSD/A revelou a sua estratégia para a discussão do Plano e Orçamento para 2024. Primeiro, a chantagem. Quem não aprovar os documentos apresentados pelo Governo “será responsável pelo atraso do progresso dos Açores”. Se, ainda assim, PAN, IL, Chega e o deputado não inscrito não se comoverem com a pressão laranja, ficam também a saber que “o Governo não se demitirá” mesmo que o Orçamento seja chumbado. Convém recordar que, em 2020, Bolieiro, Lima e Estêvão venderam à exaustão a “centralidade do parlamento” como a grande vantagem da solução que encontraram para tomar o poder. Pelos vistos, essa “centralidade do parlamento” só importa se este votar favoravelmente as propostas do Governo. Se assim não for, este Governo manda a centralidade do parlamento às urtigas e finge que não é nada com ele.  A extemporânea conferência de imprensa do PSD só teve um propósito: pressionar PAN, IL, Chega e o deputado não inscrito e avisá-los, sem sequer disfarçar, que o melhor é que se portem bem e façam o jogo da coligação. Do mesmo modo que uma democracia saudável não se deve render à chantagem, é o Governo que responde perante o Parlamento e não o contrário.