Opinião

Respeito

Nos últimos dias, o Governo Regional tem aumentado significativamente o volume de promessas. Se, por um lado, Bolieiro discursa sobre ética, transparência e respeito pelo Povo, por outro lado, estes pressupostos parecem esfumar-se, quando (por exemplo) a menos de uma semana de se saber a decisão do Presidente da República, o Jornal Oficial publicava mais uma nomeação para uma Secretaria Regional, prorrogações de mandatos de Estruturas de Missão, e o próprio Bolieiro prometia um túnel para a estrada de acesso à Ribeira Quente, no valor de 15 a 20 milhões de euro, a avançar no 1.º trimestre de 2024.
Veremos o que nos reservam os próximos dias, até porque se avizinha um tempo de campanha eleitoral, que se espera que seja esclarecedora e dignificante (!) e que não seja dominada por um Governo, em gestão, a prometer tudo a todos, sem qualquer tipo de sentido ético ou respeito.
Será, pois, recomendável que apostem mais no excesso de prudência e menos na negligência na ação. (Nunca pensei dizer isto, mas à vista do último rol de promessas, achei por bem deixar o conselho, digamos, natalício…)
É que o Povo que agora parece servir para argumento de tudo e mais alguma coisa, é exatamente o mesmo Povo, que tem assistido à degradação dos indicadores sociais, que vê aumentar a taxa de risco de pobreza, a desigualdade, as más condições de vida das famílias e os seus rendimentos; o mesmo Povo, que vê os seus filhos abandonarem a escola, por um extenso número de razões, optando por empregos de baixos salários; sem contratos, esquecendo a escola, sem que (quase) ninguém se importe.
Porque é de facto de importância que se fala, seja no abandono escolar precoce; seja na taxa de pobreza; seja (até) no usar o Povo como argumento para o que lhes convém, sem que (de facto) se importem.
Os últimos três anos são prova disso mesmo. Falta respeito e sentido ético. De verdade!