O nosso regime autonómico surgiu na década de setenta do século passado. Como corolário lógico, mas também conquista esforçada, da implantação democrática no país. O desenvolvimento por que passaram (e passam) as nossas ilhas só pode ser escamoteado por quem goste de exibir a sua ignorância histórica. E faça das pobrezas fenómeno de inspiração literária.
A autonomia forjou uma identidade, em medida larga na oposição aos centralismos, contra o histórico abandono e negligência nacionais, reclamando justiça e solidariedade que compensassem as deseconomias múltiplas da insularidade arquipelágica.
Nesse sentido, foi sempre um levantamento contra os sobrecustos relativos, reclamando a justiça duma igualdade possível e substantiva. Ao contrário doutras regiões europeias, em que as nacionalidades muitas vezes espelham o enfado de região rica cansada de ser solidária e contribuir para as demais...
Essa Europa das Autonomias tem de continuar a fazer sentido político, desde logo na mais decisiva das provas: constituir fator de utilidade e benefício para os seus concidadãos, e exibi-lo. Sobretudo numa europa fortaleza, em que os Estados reganharam primazia e o mundo digital parece facilitar novos centralismos e uniformidades, em que as periferias, afinal, estão à distância gerível de um clic!
Os protagonistas da Autonomia têm assim o ingente desafio de assumir a diferença e o risco... "Autonomistas" pedinchas das benesses da Administração Central, avezados no copianço de medidas avulsas estão, a prazo curto, a comprovar a sua perfeita dispensabilidade! E devagarinho é a famigerada DGS que parece decidir também aqui os vacinados contra a gripe A. E precisamos de uma ajudinha para divulgar o resultado das eleições...
Pouco a pouco a gente que está vai pedindo a Lisboa que faça o obséquio de nos administrar... com total falta de consciência da ilicitude!