Na noite eleitoral de 4 de fevereiro, comentando os resultados da coligação, o Presidente do PSD/Açores disse que: “uma vitória nunca é uma minoria, é uma maioria de votos e de mandatos”.
A Bolieiro, que não costuma ser tão concreto e afirmativo, fugiu-lhe a boca para a verdade, tão repentina e surpreendentemente que (se não o acompanhássemos há tantos anos) até podíamos pensar ser um ato de contrição.
A este propósito não é despiciendo recordar que (em 2020) o Partido Socialista também tinha a maioria de votos e de mandatos e, mesmo assim, o PSD não se fez rogado. Coligou-se com o CDS e com o PPM e fez acordos de incidência parlamentar com o CHEGA e com a IL. Tudo isto foi tido como muito bom para a estabilidade nos Açores e, foi assim, que o barco largou amarras até naufragar.
É bom que a história não se perca na espuma dos dias que vivemos, sobretudo, quando entre dentes, ou mais à descarada, uns e outros, vão tentando deitar as culpas para cima do Partido Socialista.
A 9 de fevereiro, em conferência de imprensa, o Presidente do PS/A, Vasco Cordeiro, disse “Para nós, hoje, como no passado, a vontade do Povo Açoriano não pode ser atropelada pelo interesse político passageiro, a tática partidária interesseira ou o serviço a interesses externos à Região e à nossa Autonomia.”
É verdade, que como a nossa história recente comprova, nem todos têm o mesmo entendimento sobre este assunto… Todavia, os Açores dispensam bem estes “ranchos de carpideiras” (apesar de ser Carnaval), que pululam um pouco por toda a parte, destilando pequenos ódios, desdizendo isto, aquilo e aqueloutro na tentativa inglória de pôr no Partido Socialista, o ónus do problema que criaram.
Desistam. Toda a gente já percebeu que estão a aguardar a autorização de Lisboa para passar do “não é não” para um “tem que ser!”… Que remédio?