Na inauguração da sede da Agência Espacial Portuguesa (AEP) houve muita pompa e circunstância, porém, pouca substância.
Os projetos espaciais são úteis, por ex., se continuarem a desenvolver o cluster espacial criado e desenvolvido pelos Governos Regionais do PS. Colocar a ESA em Santa Maria foi um trabalho árduo e, inicialmente, incompreendido. As negociações com a ESA e Governo da República exigiram proatividade dos IX e X Governos presididos por Carlos César, em que tutelei os setores das Comunicações, Ciência e Tecnologia. Definida como estação móvel, conseguiu-se passá-la a estação fixa da ESA, em Santa Maria. Materializou-se a dita posição geoestratégica dos Açores com projetos qualificantes, como aconteceu também com a estação RAEGE; projetos climatológicos na Graciosa, ARM, SuperDARN e PicoNare (Pico); estação de deteção remota de ensaios nucleares (Graciosa); a nossa cartografia digital chegou ao Google Earth e ao Virtual Earth da Microsoft; parques tecnológicos (NONAGON…); sócios fundadores da rede NEREUS, entidade das regiões da Europa com tecnologia espacial, etc. Legados do PS que, sem interrupções, devem ser religados e desenvolvidos.
Agora, alguns ufanam ou fazem poesia com exagero de “linguagem planetária”, como Bolieiro, mas, fartaram-se de zurzir e olhar com soslaio ignorante, quando o Governo PS, em 2005, iniciou e desenvolveu o cluster espacial. Há dias, o trajeto da sede da AEP foi sonegado. Anunciada em 2019, depois, ainda com o PS, em julho de 2020, foi lançada a Empreitada de Requalificação e adaptação da «Casa do Diretor do Aeroporto», na ilha de Santa Maria, para a instalação da Sede AEP. Entretanto passaram quatro anos…
Bolieiro e t al., ao falarem mal das heranças PS, esquecem que as piores heranças são do PSD e dele: por duas vezes – em 1996 e agora – deixam a Região na falência financeira, económica e social. Em suma, é o mais fraco “presidente” de toda a história da Autonomia.
Com nervosismo e desespero justificáveis, Bolieiro está em negação porque aumentou a dívida da Região em cerca de 1000 milhões de euros em 3,5 anos. Em 2025, as despesas são maiores do que as receitas, agravando o défice. Invocar agências de ratings é esquecer que até o Banco Lehman Brothers foi à falência quando tinha a avaliação de AAA. O insuspeito Braga de Macedo, sobre a dívida dos Açores em 1995, disse que “a bandeira dos Açores tinha o escudo nacional”. Quer dizer, o rating da Região evolui em função do nacional. O Estado é o responsável pela dívida total do País que serve para definir os ratings. É redutor, per se, ligar a sustentabilidade da Região aos ratings.
Por fim, da entediante história de Bolieiro em Santana, restarão recordações malsãs: a) foi o primeiro a aliar-se ao Chega com solilóquios, como no Plano 2025, prestando um péssimo serviço a todo o País; b) negacionista do mau estado das finanças públicas regionais e do agravamento de indicadores de pobreza e desigualdade.
Corolários que os açorianos mudarão com um Novo Futuro!