Nos Açores, o problema das dependências está a piorar. O mais recente relatório do ICAD é claro e confirma esta tendência, os números são alarmantes e mostram uma realidade que precisa de respostas urgentes. Mas não basta gastar dinheiro, é preciso fazer diferente.
Nos Açores, o consumo de drogas ilícitas é duas a três vezes superior à média nacional. Substâncias como cocaína, heroína e novas drogas psicoativas estão a aumentar entre os jovens, o consumo de tranquilizantes sem receita médica atinge 9%, o valor mais alto do país.
Estes dados não podem ser ignorados, nem devem ser resolvidos apenas com dinheiro, é muito mais do que apenas aumentar as verbas alocadas a esta problemática e esperar que o problema fique resolvido assim.
Os problemas com o álcool também são graves. Cerca de 36% dos jovens relatam dificuldades associadas ao consumo, o maior valor nacional. As consequências refletem-se nas famílias, nas escolas e na saúde emocional dos jovens. Este não é apenas um problema individual, é um problema social.
A dependência digital é outra preocupação. Quase 20% dos jovens passam mais de seis horas diárias em redes sociais. É o valor mais alto do país, o impacto sente-se no rendimento escolar, na saúde mental e nas relações sociais.
O que tem sido feito não chega, muitos jovens continuam a precisar de se deslocarem para o continente para receber tratamento. Ficam longe das suas famílias e do apoio emocional de que precisam, os Açores precisam de uma comunidade terapêutica própria. A resposta tem de estar na nossa Região.
A prevenção é essencial. É preciso educar, apoiar e acompanhar.
Famílias, escolas, associações locais e o Governo têm de trabalhar juntos para criar um sistema forte que combata as dependências de forma eficaz. Este é um tema que devia unir-nos, em vez de nos separar, porque só com uma resposta política sólida e coletiva alcançaremos resultados. O PS/Açores está, como sempre, disponível para trabalhar em prol dos açorianos, para construir soluções que respondam à gravidade desta situação. Não podemos continuar com respostas superficiais, porque já ficou claro que estas não resolvem o problema.
O que está em causa são pessoas, não números, jovens que merecem um futuro melhor, as famílias que precisam de apoio necessitam de ter as respostas certas às suas necessidades.