Opinião

Futuro!

Vivemos tempos profundamente exigentes. Tempos em que muitas famílias se veem forçadas a fazer contas até ao último cêntimo. Em que há quem esteja preocupado com como vai pagar a renda ou pôr comida na mesa no fim do mês.

A instabilidade sente-se nos rostos, nas conversas, nos silêncios. E é precisamente nestes momentos que temos de lembrar que a política deve servir para cuidar. Para proteger. Para responder com coragem, com humanidade e com verdade.

Temos andado pelas freguesias e concelhos dos Açores. Olhamos as pessoas nos olhos. Escutamos os seus desabafos e partilhamos as suas inquietações. São jovens que ainda vivem em casa dos pais, sem possibilidades de dar o passo da autonomia, porque o preço da habitação tem vindo a subir continuamente, registando um aumento de 34%, só no último ano. Um aumento que ultrapassa largamente os rendimentos dos mais jovens, afastando-os até do sonho de ter casa própria. São casais que, apesar de trabalharem todos os dias, adiam ter filhos porque não conseguem garantir um lar. São pais e mães que lutam, muitas vezes sozinhos, por um teto seguro para os seus. É impossível ficar indiferente a isto.

Para nós, garantir o direito à habitação não é uma promessa — é uma urgência. Propomos uma dotação anual, financiada por dividendos da Caixa Geral de Depósitos, para que as autarquias possam construir e reabilitar habitação pública com soluções reais. Além disso, queremos assegurar que todas as famílias com taxa de esforço elevada, incluindo a classe média, tenham acesso a um apoio direto ao pagamento da renda.

Mas uma casa não chega. Viver com dignidade é ter rendimentos justos. Por isso, assumimos uma meta clara: salário mínimo de 1.165 euros e salário médio de 2.000 euros até 2029.

Sabemos que há famílias que no supermercado escolhem o que levar e o que deixar. Leite, pão, arroz, fruta. Coisas simples, mas essenciais. Propomos IVA zero no cabaz alimentar básico e aplicar a taxa reduzida de 6% do IVA à totalidade do consumo de energia elétrica para famílias com potência contratada até 6,9 kVa, aliviando despesas todos os meses.

Estamos prontos para liderar um novo tempo nos Açores. Com empatia, compromisso e ação. Temos ideias, propostas e um propósito: melhorar a vida na nossa terra. Acreditamos num futuro mais justo, mais unido e mais livre.

Post Scriptum.: O Açoriano Oriental celebra hoje 190 anos, um marco de longa trajetória e dedicação à informação nos Açores. Parabéns a todos os seus colaboradores. Que venham muitos mais.