Em conferência de imprensa realizada ontem, o grupo de trabalho da área da Saúde apresentou uma série de contributos para o próximo programa de Governo do PS-Açores.
O Grupo da Saúde do Conselho Consultivo de Independentes do PS-Açores, sob a coordenação do Dr. Rui San-Bento, apresentou, ontem, numa conferência de imprensa que teve lugar no Vila Ponta Delgada, as ideias que preconizam para esta área a incluir no programa de governo do Partido Socialista para a próxima legislatura.
No documento em que estão vertidas as principais ideias-chave do grupo para este sector, inclui-se um maior envolvimento entre entidades públicas e privadas, não só o Governo Regional, como as autarquias, IPSS’s e outras associações cívicas, no planeamento e execução das políticas regionais de Saúde.
Como disse o coordenador do Grupo da Saúde do Conselho Consultivo do PS-Açores, Rui San-Bento, a criação dessas parcerias tornaria viáveis “alternativas de financiamento e fontes alternativas de gestão”, que trariam “ganhos de produtividade e eficiência.”
Ainda no que respeita à sustentabilidade do Serviço Regional de Saúde, o grupo de Independentes advoga a adopção de medidas específicas para fazer face á dívida existente. Para além do estabelecimento de parcerias entre os sectores público e privado, considera-se que “a República não pode ser indiferente às carências da Região para proporcionar aos açorianos cuidados de saúde de nível idêntico aos que são disponibilizados aos utentes do Serviço Nacional de Saúde.” Nesse sentido, segundo defende o Grupo, o Governo da República deverá apoiar a Região para fazer face aos encargos que resultam da sua situação geográfica, em “situações em que a capacidade de resposta local se encontre limitada”, como na deslocação dos profissionais de Saúde às diversas ilhas.
O Grupo defende também medidas de controlo de gastos supérfluos, nomeadamente “em aquisições de bens de consumo pelas instituições, na realização de meios complementares de diagnóstico e de tratamento, na aquisição e no consumo de medicamentos e nas deslocações de doentes e seus acompanhantes.”
Outras medidas propostas são o reforço da participação no sistema dos médicos de clínica geral e familiar e a introdução de um sistema de triagem nos serviços hospitalares de urgência, precisamente para optimizar os recursos e diminuir gastos supérfluos.
A criação de um serviço de apoio ao doente deslocado, da Farmácia da Unidade de Saúde de Ilha, de um sistema informático de compras e de gestão de stocks de medicamentos e a implementação, no mais curto espaço de tempo possível, do Cartão do Utente (que possibilitaria que em qualquer serviço de Saúde da Região, se pudesse ter acesso a toda a ficha clínica do doente) foram outras das ideias propostas. Tudo com o objectivo de “obter ganhos” em todas as vertentes do actual Sistema Regional de Saúde e de “garantir a acessibilidade e a equidade dos cuidados de Saúde a toda a população das nove ilhas.” Um sistema cuja filosofia o Grupo considera “correcta” e que tem muitas potencialidades.
Rui San-Bento, coordenador do Grupo, respondendo às questões dos jornalistas sobre a qualidade do Sistema Regional de Saúde, disse mesmo que o mesmo é “seguramente um óptimo serviço de Saúde, que não gostaríamos nunca de ver desaparecer, porque garante, apesar das dificuldades existentes, cuidados de qualidade à totalidade da população.”