“A proposta apresentada por Poiares Maduro, que a RTP/Açores assegure apenas o departamento de informação, não resolve o problema da radiotelevisão regional e exige a esta aquilo que não é exigido à RTP a nível nacional”, defendeu André Bradford.
O deputado socialista intervinha esta terça-feira, em plenário, na Horta, no debate sobre o Futuro do Serviço Público da RTP/Açores.
Para André Bradford, o “problema da RTP/Açores é um problema de capacidade de gestão autónoma, é um problema de se decidir cá, com proximidade” e não tem nada a ver com o fazer-se mais um programa, menos um documentário ou mais dois programas de entretenimento”.
“O problema da RTP/Açores resume-se à gestão e isso pode-se resolver de uma série de formas, mas não desta que a proposta do Senhor Ministro Poiares Maduro sugere”, reforçou Bradford.
O deputado socialista lembrou que “se hoje estamos a discutir esta questão, é porque o Partido Socialista e o Governo Regional não capitularam ao longo do processo, apesar das pressões, dos avanços e recuos e das vozes dissonantes”.
“O PS não desiste de fazer valer os direitos dos açorianos em relação ao serviço público de rádio e televisão e os interesses legítimos dos profissionais que, em condições precárias, têm garantido ao longo do tempo a cobertura radiofónica e televisiva do pulsar da nossa Região”, reiterou Bradford.
Para o parlamentar socialista “não se pode definir estratégias, investimentos, ou fazer uma gestão corrente da RTP nos Açores, com autonomia, porque Lisboa não permite”.
André Bradford lamentou que “enquanto a RTP/Açores continua a aguardar que a velhinha mesa de emissão, que está presa por fios, seja substituída”, nós “assistimos à reestruturação da RTP 2, à reinvenção da RTP/África e a um investimento de milhões no centro de produção do Norte”.
André Bradford lamentou que “o Governo da República da responsabilidade do PSD/CDS-PP – nos tempos de Miguel Relvas – pretendesse transformar a RTP/Açores num canalzinho de segunda, com emissões de hora e meia e terceiro-mundistas”.
André Bradford reconheceu da parte do Ministro-adjunto do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, “um clima de conversações e diálogo”, apesar de considerar que “a solução apontada não é a que melhor serve a Região”.
“Uma solução que não permita à Região definir os destinos do seu serviço público de rádio e televisão é uma má solução”, frisou André Bradford.