“É importante realçar a necessidade do aumento de consciencialização ambiental nos Açores. Medidas como esta são cruciais, pois os Açores estarão a contribuir para esta estratégia europeia”, defendeu Paulo Borges.
O deputado socialista intervinha esta quarta-feira, na Horta, no debate sobre a criação de uma ecotaxa na utilização de sacos de plástico pelo consumidor final.
“Na Europa, em cerca de sessenta anos, a produção de plástico cresceu de 1.5 milhões de toneladas para os 280 milhões que se registam atualmente”, explanou Paulo Borges.
Para o deputado é evidente o impacto extremamente negativo que os plásticos surtem na natureza. “Pela primeira vez mostrou-se que os tóxicos das micropartículas de plásticos estão a ser integrados nos tecidos animais marinhos, com impacto na cadeia trófica e, eventualmente, nos próprios humanos”. Assim como também, do abandono de sacos que se pode testemunhar nas orlas costeiras.
Paulo Borges ilustrou o exemplo de aves marinhas que sofrem com o impacto dos plásticos, “como os cagarros, uma das espécies com maior quantidade de plásticos encontrados no estômago”, ilustrou Paulo Borges.
Por outro lado, “fazendo o cálculo do impacto económico desta medida nas famílias, numa média de 8,25 sacos por semana, a 0,05€ por saco, teríamos, em ecotaxa, um gasto de 22€/ano. Se se reduzisse a ecotaxa para os 0,02€, esse valor desceria para 8,91€/ano por família”, explicou Paulo Borges.
Em substituição destes sacos brancos mais utilizados, o parlamentar socialista considerou que “se se utilizassem os sacos verdes biodegradáveis e pretos não biodegradáveis de maior volume e consequentemente com menor número de sacos utilizados e lançados para o ambiente, o custo económico será respetivamente de cerca de 8,59 e 10€/ano por família”.
O deputado socialista lembrou a meta europeia “em reduzir 50% em três anos ou 80% em 5 anos a utilização dos sacos plásticos leves”. Mas “se conseguirmos o desafio de alterar os comportamentos ecológicos na nossa sociedade para os próximos 5, 6 anos, será uma vitória ambiental dos açorianos”, concluiu Paulo Borges.