O Grupo Parlamentar do PS Açores entregou hoje no Parlamento dos Açores uma proposta para a realização de uma análise aprofundada sobre os jovens qualificados açorianos que se encontram fora da Região a estudar e a trabalhar para que seja possível à Região ter ao seu dispor a informação necessária sobre onde se encontram estes jovens, em que áreas estão a trabalhar, quais as suas perspectivas de regresso e de que forma podem contribuir para o desenvolvimento dos Açores.
Segundo a proposta agora entregue, o Grupo Parlamentar do PS Açores propõe que a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores recomende ao Governo Regional dos Açores que, através do Observatório de Juventude, desenvolva um estudo analítico aprofundado sobre os jovens açorianos que frequentam os vários níveis de ensino dentro e fora da Região, bem como os jovens açorianos com formação avançada que estudam, investigam ou estão já inseridos no mercado de trabalho, nos seguintes termos: Sem prejuízo da abordagem técnica a ser desenvolvida e da definição dos pressupostos científicos entendidos por adequados numa matéria deste tipo, o estudo proposto deve contemplar, número de jovens açorianos que frequentam o ensino universitário e pós-universitário (pós-graduações, mestrados, doutoramentos e pós-doutoramentos); Número de jovens açorianos que desenvolvem trabalho em unidades de investigação; Respetivas áreas de estudo ou investigação; Número de jovens açorianos a frequentar programas de intercâmbio comunitário e internacional; Interesse no desenvolvimento de atividade na Região após conclusão do ciclo de estudos em que se encontram; Interesse no regresso para a Região ou no desenvolvimento de projetos e parcerias com mais-valias para os Açores; Áreas de atividade económica em que pretendem desenvolver a atividade após conclusão do ciclo de estudos; Número de jovens açorianos a frequentar o ensino profissional; Nível de empregabilidade pós-frequência do ensino profissional. Propõem ainda que deste estudo deve resultar a criação de um espaço online onde seja possível consultar o estudo elaborado, acompanhar as evoluções dos resultados do estudo proposto, bem como a inscrição e registo dos jovens açorianos qualificados no exterior, por opção dos mesmos; Devem ser considerados neste estudo os cidadãos naturais ou a residir nos Açores entre os 18 e os 35 anos; Segundo a proposta do Grupo Parlamentar Socialista este estudo deve ser concluído um ano após a publicação desta proposta.
Segundo o Presidente do Grupo Parlamentar do PS Açores, Berto Messias “pretende-se com esta proposta dar um contributo para a elaboração de um estudo aprofundado sobre a situação actual dos jovens açorianos ao nível da sua qualificação e do trabalho que estão a desenvolver dentro e fora da Região. Hoje, devido ao mundo globalizado que temos e aos programas de mobilidade existentes, temos muitos açorianos espalhados pela Europa e pelo Mundo a estudar e a trabalhar. Parece-nos importante que a Região crie uma base devidamente sistematizada que disponibilize esta informação e que a mesma sirva de meio de informação sobre os recursos humanos jovens açorianos”.
Para Berto Messias “isso será útil a vários níveis, quer enquanto base de informação sobre os nossos recursos humanos jovens, dentro e fora dos Açores, quer ao nível da percepção da evolução sociológica desta faixa etária nos últimos anos, permitindo assim que as politicas publicas se reorientem com base nisso caso seja necessário, quer ainda como a percepção sobre a vontade de jovens qualificados com experiencia adquirida no estrangeiro de regressar para a nossa terra e aqui contribuir para o bem comum.”
“Parece-nos importante ter esta informação devidamente sistematizada e elaborada para que as politicas públicas sejam definidas com base nisso, contribuindo para o regresso e fixação de jovens qualificados no arquipélago”, defende Messias.
Para o dirigente socialista “sabemos que hoje um dos maiores flagelos da Europa é o desemprego jovem e temos de continuar a trabalhar para criar condições para que os jovens açorianos aqui se fixem e aqui contribuam para o nosso desenvolvimento, mas isso acontecerá se tivermos a capacidade de gerar oportunidades para uma nova geração de açorianos com qualificações”.