“O PS tem confiança no reforço do investimento público, após o hiato entre Quadros Comunitários de Apoio, sendo injusto, irreal e falso dizer que a falta de investimento depende deste governo, já que as suas causas se prendem mais com a quebra de investimento do setor privado”, afirmou José Contente.
O deputado socialista intervinha em debate na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na Horta.
José Contente denunciou que “existem gritantes contradições no discurso do PSD no que toca aos investimentos em obras públicas nos Açores, uma vez que agora exige mais investimento e menos obras e durante os 16 anos em que fui governante, os seus pedidos de obras públicas eram diários. O PSD nunca teve nenhuma estratégia para as Obras Públicas, nos Açores”.
O deputado socialista afirmou com “toda a tranquilidade” que “em 1996 o Governo Regional encontrou nessa área, uma região atrasada, falida nas empresas de construção civil”, tendo o executivo de então de “pagar muitas coisas que vinham de trás”.
Para José Contente “não faz sentido neste momento o PSD vir com este discurso da sustentabilidade, que é um conceito muito atual e muito interessante para encher a boca, mas que é vazio de conteúdo”.
“Apesar disso, os Governos do Partido Socialista orgulham-se da obra que fizeram ao longo dos anos, intervindo em mais de 1.200 quilómetros, numa rede de infraestruturas rodoviárias com mais de 1400 quilómetros, com portos, com reparação de aeroportos, com quartéis de bombeiros, com escolas; essa obra está à vista de todos”, frisou o socialista.
José Contente recordou um estudo que o Governo dos Açores encomendou em 2006 acerca do setor da construção civil, “chegando a conclusões que nos servem ainda hoje”. Neste estudo, “os níveis de investimento público representavam 53% do investimento da Região, ao passo que o investimento privado era da ordem dos 47%”.
“A situação atual é clara e está à vista de todos: não foi o investimento público que agora diminuiu, mas sim o investimento privado, resultado do fecho do crédito da banca e, naturalmente, também das dificuldades vividas pelas autarquias”, frisou José Contente.