“As divergências programáticas e ideológicas entre partidos políticos nunca se podem sobrepor ao interesse coletivo dos Açores, sobretudo no tempo de exceção que atravessamos”, alertou Berto Messias.
O Presidente do Grupo Parlamentar do PS falava esta quinta-feira, na intervenção final do debate do Plano e Orçamento para 2015, na Horta.
Berto Messias considerou que este Plano e Orçamento é “mais um passo, na afirmação da Via Açoriana que o PS apresentou como projeto político aos Açorianos nas últimas eleições regionais, merecedor de um amplo apoio popular”.
O deputado socialista saudou o “aumento do investimento público em 13%, que valoriza o emprego, a qualificação e a proteção social, que aumenta os programas de apoio à criação de emprego e ao fomento da empregabilidade, defende a sustentabilidade do Serviço Regional de Saúde, aumenta a intensidade na estratégia de qualificação e educação, que mantém os apoios sociais da Região como o Complemento Regional de Pensão, o Complemento Regional ao Abono de Família ou o programa de apoio à aquisição de medicamentos”.
Berto Messias enalteceu a postura “reivindicativa, mas responsável” dos parceiros sociais dos diversos setores, com quem o Grupo Parlamentar do PS reuniu ao longo das últimas semanas. “Seria interessante que vários partidos da oposição seguissem o exemplo dos parceiros sociais, na disponibilidade para participar ativamente na construção do nosso futuro”, destacou.
Berto Messias explicou que o PS detém no Parlamento Açoriano uma “maioria exigente, mas dialogante”, adiantando que o Grupo Parlamentar do PS “aceitará propostas de vários Partidos da oposição, que quiseram dialogar de forma genuína e responsável em defesa dos Açorianos e não daqueles que, como o PSD/Açores, depois de um pré-anuncio de voto contra o Plano e Orçamento, insistem em não estar disponíveis para dialogar e apresentam um conjunto de ideias para ficar bem na fotografia, mas sem grande consistência política”.
PSD/Açores é hoje o partido das contradições e da maledicência
O Presidente da bancada parlamentar socialista classificou como uma “leviandade política” dizer-se que as políticas do PS “trouxeram os Açores para a maior crise de sempre da Autonomia”, acusando o presidente do PSD/Açores de ser “um grande coresponsável por esta situação, enquanto apoiante entusiasta das políticas de Pedro Passos Coelho”.
Para Berto Messias, é “no mínimo, estranho que o PSD/Açores se diga preocupado com o desemprego, mas não apresente uma única proposta de alteração sobre esta matéria”.
Messias salientou também que o “PSD/Açores é hoje o partido das contradições e da maledicência”, que é “contra um bom orçamento para os Açores e é a favor de um mau Orçamento do Estado para o País e para a Região”.
“Ao mesmo tempo que debatemos aqui o Plano e Orçamento Regional para 2015, foi debatido e aprovado o Orçamento do Estado para 2015 na Assembleia da República. Aqui, num Plano e num Orçamento que aumenta o investimento público, que aumenta as dotações para o emprego, para a empregabilidade, para a competitividade empresarial, para as infraestruturas sociais e que mantém os apoios sociais, o PSD vota contra. Na República, num Orçamento do Estado que mantém a política de austeridade dos últimos anos, que mantém uma enorme carga fiscal sobre as famílias e sobre as empresas e que continua a política de cortes nos ordenados, nas pensões e nos rendimentos das famílias, o PSD/Açores vota a favor”, destacou.
O parlamentar socialista lembrou que, quer na apreciação que a Comissão de Economia fez do Orçamento do Estado, quer na Assembleia da República, os deputados do PSD/Açores votaram contra propostas que defendiam questões muito importantes para a nossa Região; votaram contra o financiamento de um plano de revitalização económica para amenizar os impactos negativos da redução norte-americana da Base das Lajes, votaram contra o reforço de financiamento da Universidade dos Açores para fazer face aos custos da tripolaridade, votaram contra uma proposta para apoio do Governo da República aos prejuízos das intempéries de Março de 2013,
votaram contra a proposta para a reposição das transferências do Estado para a Região, depois destas serem reduzidas em 67 Milhões de euros no ano de 2013.
“Porque é que o PSD Açores não teve a coragem dos Deputados do PSD/Madeira, que votaram contra o Orçamento do Estado, em defesa da sua Região?”, questionou Berto Messias
Oiça AQUI a intervenção de Berto Messias