“Os norte-americanos, devem ser responsabilizados mais direta e inequivocamente pela eventual má utilização e contaminação dos terrenos da Base das Lajes, bem como pelas consequências sociais e económicas que a sua decisão unilateral de redução do contingente militar trará aos Açores e à ilha Terceira. Impõe-se que assumam as suas responsabilidades”, defendeu Francisco Coelho.
O deputado socialista falava esta quinta-feira, em Lisboa, à margem de uma reunião solicitada pela Comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho (CAPAT) da Assembleia Legislativa dos Açores ao Ministro da Defesa, Aguiar Branco, e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete.
Francisco Coelho destacou o “consenso político obtido entre as forças políticas dos Açores”, na “defesa intransigente dos interesses da Região”, num processo em que “os grandes intervenientes são o Estado Português e o Governo dos Estados Unidos da América, uma vez que foram estes dois estados que assinaram o acordo de cooperação para a utilização da Base das Lajes, há mais de 70 anos”.
Francisco Coelho revelou ainda que “os EUA já transmitiram ao Governo de Portugal o mapa das instalações que pensam disponibilizar nas Lajes”, e que a Força Aérea Portuguesa já “estará neste momento a analisar a proposta norte-americana e a redigir o seu parecer”.
Para o deputado socialista, é “vital que Portugal salvaguarde uma área ampla, que permita uma utilização civil para a infraestrutura, rentabilizando-a e mitigando os efeitos significativos que a redução militar terá ao nível económico e social, na economia dos Açores e na economia da ilha terceira”, tendo sido justamente este o “apelo que os deputados Açorianos fizeram ao Governo da República”.
“Deve ser agora feito um acionamento rápido e eficiente do grupo de trabalho anunciado pelo Governo da República, que deverá esclarecer quais as decisões concretas que o Estado Português está disposto a tomar. Desta reunião registamos a troca de informação, a sensibilização e uma transmissão das preocupações dos Açores de forma bastante consensual. Foi uma reunião produtiva, mas que deve despoletar ações”, alertou Francisco Coelho.
Em nome do Partido Socialista dos Açores, participaram ainda nesta reunião os deputados Marta Couto e Pedro Moura.