O Presidente do PS considerou, este domingo, que a coligação PSD/CDS “não pode inspirar a confiança dos portugueses porque não fala a verdade sobre o passado recente e o presente do País e porque esconde deliberadamente quais as medidas que pretende tomar nos próximos quatro anos”.
Na reacção à rentrée política da coligação, Carlos César, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada, ressalvou que os discursos do Pontal de Passos Coelho e Paulo Portas foram “orientados para fazer oposição à oposição, para fazer oposição ao Partido Socialista”. O também cabeça de lista do PS pelo círculo eleitoral dos Açores, recordou que a coligação tem duas naturezas de medidas: “prolongar e acentuar” as políticas de austeridade e, por outro lado, “agravar medidas como aquelas que pretende na área da Segurança Social com a privatização de parte do sistema, com a diminuição em 600 milhões de euros do valor das pensões, com o fecho de mais serviços públicos e tornando mais caro o Serviço Nacional de Saúde”. Carlos César criticou ainda os líderes da coligação por continuarem “a não falar a verdade sobre a realidade do País”.
Para o Presidente do PS, a coligação não tem a menor noção da realidade quando afirma querer uma das economias mais competitivas da Europa “quando o nosso País cresce menos que o País em pior situação da Europa, que é a Grécia, e metade do que cresce a Espanha.
Carlos César recordou também a realidade que ficou de fora dos discursos da coligação. “É não pensar que temos 250 mil empregos perdidos nestes últimos quatro anos, 100 mil pessoas a emigrar por ano, é não ter noção de que, apesar da diminuição da população ativa e da consequente diminuição de algum desemprego, temos a sexta taxa de desemprego mais elevada da Europa a 28. É ter total insensibilidade social quando se sabe que avós, pais, filhos e netos têm crescentes dificuldades por se lhes tirarem constantemente o rendimento de que necessitam”.
César criticou também o comportamento político “e a forma desonesta” como a coligação tenta explorar politicamente o caso grego. “Toda a gente sabe que Portugal não é a Grécia, mas toda a gente sabe também que o PS não é o Syriza”.
Por último, o Presidente do PS reiterou que um futuro governo “terá que ter a maior ponderação porque a coligação deixa-nos os cofres cheios de dívidas, as empresas privadas oneradíssimas e as empresas públicas vendidas ao desbarato”. Neste sentido, Carlos César apelou à concentração de votos da esquerda no PS. “É preciso que destas eleições saia um resultado inequívoco. A Direita não tem mais por onde ir buscar o apoio aos portugueses, totaliza os votos do PSD e do CDS. À Esquerda, nós apelamos a todos os eleitores para que concentrem o seu voto neste partido de centro esquerda, no único que pode vencer estas eleições e substituir e alterar este caminho difícil e penoso que temos feito nos últimos anos”, concluiu.