O cabeça de lista do PS/Açores às legislativas de 4 de outubro, Carlos César, apresentou esta quarta-feira, como prioridade de um futuro Governo da República liderado por António Costa, a criação de emprego com sustentabilidade, considerando que se deve apostar não só na quantidade mas sobretudo na qualidade.
“Achamos fundamental que seja possível melhorar não só a qualidade como a quantidade do emprego. E a prioridade é sem dúvida criar emprego sustentável, através de um investimento dirigido e reprodutivo na economia que proporcione emprego jovem, por um lado, e que melhore o emprego, por outro”, afirmou Carlos César durante uma visita à ilha do Corvo.
Carlos César criticou o Governo da República da coligação PSD-CDS/PP por celebrar ligeiras diminuições do desemprego a nível nacional, destacando que o Governo de Passos Coelho sabe muito bem que “nos últimos anos, mais de 300 portugueses por dia tiveram de emigrar, a sua maioria em idade ativa, pessoas que queriam trabalho mas que não o encontravam no nosso país”.
Para o cabeça de lista do Partido Socialista pelos Açores, os “índices positivos que a coligação do PSD e CDS/PP anuncia não são positivos”, quando “comparados com o desempenho de outros países”, recordando, por exemplo, que a “taxa portuguesa de desemprego é a 5.ª mais elevada da União Europeia a 28 países”.
Assumindo uma perspetiva de futuro, Carlos César garantiu que as propostas do PS assentam “num trabalho já realizado” e “em contas que deixam claro o que será feito em domínios como as pensões, os impostos e a aplicação de fundos comunitários”, sem “voltar a um cenário de desequilíbrio orçamental”.
“A grande palavra de ordem é não desperdiçar, aplicar bem, investir na eficiência da administração e combater a corrupção” esclareceu Carlos César, garantindo que o Partido Socialista liderado por António Costa “reconhece e aprendeu com os erros da sua governação no passado, mas também aprendeu com os erros cometidos nos últimos quatro anos”.
Carlos César considerou ainda que “tem havido em relação à Região Autónoma dos Açores uma quebra de solidariedade do Governo da República”, dando como exemplo a “diminuição de verbas transferidas no âmbito da Lei de Finanças Regionais ou a imposição de taxas e sobretaxas em que as receitas não são entregues ao Governo Regional, como a Constituição o obriga”.
“Outro exemplo trata-se das empresas da responsabilidade do Estado, como por exemplo, a RTP/Açores. É uma vergonha que uma televisão que se diz de serviço público que não esteja aqui; que não tenha alguém que reporte a vida do Corvo. É aqui que vemos se o serviço público está a ser ou não cumprido. E não está a ser porque o Governo da República afogou a RTP e obrigo-a a ser mal gerida, como tem sido nos Açores”, disse Carlos César.
O candidato frisou, ainda, que esta “falta de solidariedade voltou a verificar-se nas recentes situações de intempéries, na ilha Terceira e de São Miguel, onde o Governo da República não demonstrou qualquer preocupação com a Região”.
“Há razões para termos a coragem de pensar que é possível recuperar o país sem martirizar as famílias e as empresas. É possível não ter a bancarrota do país e não ter a bancarrota das famílias e empresas. O compromisso do Partido Socialista é associar a responsabilidade social à responsabilidade financeira. É mostrar no país que é possível governar melhor, sacrificando menos e com melhores resultados”, finalizou Carlos César.