Arlinda Nunes apresentou esta quinta-feira à Assembleia Legislativa dos Açores, em nome do PS/Açores, o seguinte voto de congratulação, aprovado por unanimidade, que se transcreve na íntegra:
Voto de Congratulação
No decurso do corrente ano as Lajes das Flores tem vindo a promover a comemoração dos seus 500 anos de história. Cinco séculos de existência que trazem na bagagem um passado de pessoas, de terra e de mar.
Não sendo conhecida a data precisa da instituição da Vila das Lajes, nem o alvará régio que a instituiu, lê-se nos “Anais do Município de Lajes das Flores”, de João Augusto da Silveira, que “a descendência generosa dos primeiros povoadores desta ilha [das Flores] granjeou futura estima do Governo, que logo confiou neste lugar a instituição da primeira Vila, denominada Lajes”.
Não sendo consensual, esta data foi assente em registos históricos que fazem crer que, em 1515, as Lajes já seria vila (por exemplo, uma parte do manuscrito Apontamentos Topográficos, de Francisco Ferreira Drummond, que, em 1972, foi publicada pelo Instituto Açoriano de Cultura com o título Apontamentos para a História da Ilha Terceira e em que este diz ter encontrado no Cartório dos Órfãos da Praia, ilha Terceira, um Deprecado passado a 29 de março de 1515 pelo juiz da vila das Lajes.
Sabe-se, no entanto, que as Lajes foram durante quase dois séculos a povoação mais importante e populosa da ilha, onde residiam, de resto algumas das suas principais famílias.
O nome adotado, recorrente em outras ilhas do arquipélago, está normalmente associado a massas pétreas ou superfícies de rocha lisa nas suas imediações.
Lomba, Fazenda, Fajã Grande, Fajãzinha, Mosteiro, Lajedo e Lajes das Flores dão vida a este concelho; “presépios iluminados”, como se comparam às vezes estas freguesias, em muito parecidas, mas em outro tanto distintas, fazendo jus aos seus costumes, às suas festividades e a santos padroeiros distintos.
O concelho das Lajes das Flores surgiu, cresceu e desenvolveu-se sempre ligado à agricultura, à pecuária e, também, pelas condições naturais da sua baía, à atividade piscatória, com uma marca histórica também relevante na caça à baleia. Mais recente, o porto comercial, porta de entrada dos bens essenciais e imprescindíveis a toda a população e de escoamento dos produtos, trouxe às Lajes das Flores uma dinâmica muito positiva e duradoura.
A efeméride comemorativa deste período marcante da sua história exige uma respeitosa homenagem a todos os nossos antepassados, que muito trabalharam para deixar o legado presente.
O isolamento geográfico e o clima severo e agreste fizeram deste povo um povo lutador.
O reconhecimento do trabalho e dedicação dos nossos antepassados é, para nós, a principal razão para celebrar e comemorar os 500 anos da Vila das Lajes das Flores.
Que o passado seja relembrado como um exemplo de força e de persistência, que as lembranças sejam reavivadas, como um estímulo ao presente e um reforço de energias e objetivos, para superar as dificuldades presentes e futuras.
Que, deste ano em que as Lajes das Flores esteve em festa, e a culminar durante o corrente mês com o encerramento destas celebrações, saia a certeza de que só com todos - Cidadãos, Comunidade em geral, Instituições, Municípios e Órgãos de Governo próprio poderemos garantir a construção de um futuro sempre melhor.
Fomos, somos e seremos sempre Lajenses, Florentinos e Açorianos!
Assim, ao abrigo das disposições regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista propõe à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores a aprovação deste voto de congratulação pelo quingentésimo aniversário da Vila das Lajes das Flores e que dele seja dado conhecimento ao Conselho de Ilha das Flores, à Câmara Municipal e Assembleia Municipal das Lajes das Flores, bem como às Juntas e Assembleias de Freguesia do concelho.
Horta, Sala das Sessões, 10 de dezembro de 2015
Os Deputados