O líder parlamentar do PS criticou, no debate quinzenal com o primeiro-ministro sobre o Programa Nacional de Reformas, a posição de “bota-abaixo” do PSD, que não dá contributos para a defesa dos interesses do país.
Carlos César explicou, no Parlamento, que o Programa Nacional de Reformas “tem como objetivo contribuir para a atenuação dos bloqueios estruturais do país que impedem a sua competitividade”.
O programa é composto por “propostas e eixos de intervenção que integram muitas motivações consensuais entre a maioria que apoia o Governo”, mas “procura ir além dessas fronteiras políticas”, acrescenta.
O presidente da bancada socialista insistiu que o documento deve mobilizar, “com a maior seriedade, os diferentes níveis institucionais públicos e os agentes políticos”. “O essencial é que todos procurem uma intensidade máxima de participação, incluindo os próprios partidos de oposição”, alertou.
Carlos César sublinhou que, “ao contrário do que tem esquecido o PSD”, a defesa dos interesses de Portugal no diálogo europeu cabe a todos, “e essa defesa não é compaginável com a negação e a destruição de tudo quanto se faz ou se propõe”. “O PS e o Governo não precisam dos favores da direita, mas o país não merece os seus desfavores”, asseverou.
O líder parlamentar do PS lembrou que o partido, a propósito do debate sobre a orientação orçamental, desafiou todos os partidos a envolverem-se “sem reservas metodológicas e de ganhos partidários de ocasião na construção de uma política portuguesa na Europa e de uma política europeia para Portugal mais amiga do crescimento e do investimento, do emprego e da igualdade”.
No entanto, lamentou, os sociais-democratas “não aproveitaram ainda esta semana para se despedir do bota-abaixo, do passado que o persegue, do ciúme da atual governação, do discurso sobre o nada e para renovarem a sua atitude, parecendo querer dizer que ‘partido velho não aprende outras linguagens’”. “Os deputados do PSD estão cada vez mais transparentes, mas apenas no pior sentido: é como se não estivessem cá”, criticou.
Carlos César falou, depois, no enquadramento inicial deste Programa Nacional de Reformas, que é “muito onerado pelos factos como pelas indeterminações, a que acrescem as habituais resistências do conservadorismo de certas autoridades europeias do qual, ao menos, o Banco Central Europeu se tem libertado”.
O líder da bancada do PS sublinhou que as exigências da integração europeia “continuam a colocar restrições muito sensíveis”, “mesmo reconhecendo-se que estamos a fazer um dos maiores esforços de redução do défice entre os países da UE, contrariando incumprimentos anteriores”.
Carlos César destacou, ainda, os pilares do Programa Nacional de Reformas: qualificar a população portuguesa, promover a inovação na economia portuguesa, valorizar o território, modernizar o Estado, capitalizar as empresas e, não menos importante, reforçar a coesão e a igualdade social.